A “proximidade” de Deus não é questão de espaço ou de tempo, é questão de amor: o amor torna-nos próximos, abate as distâncias: Bento XVI, ao Angelus

(17/12/2008) Esta a reflexão do Papa, na alocução do meio-dia, antes do Angelus, na Praça de São Pedro, neste terceiro domingo do Advento, em que a liturgia convida especialmente à alegria.
Bento XVI começou por recordar o convite da Carta aos Filipenses, na antífona de entrada da celebração dominical: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos”. E fez notar que logo a seguir o Apóstolo explica a razão desta alegria:

“O Senhor está próximo. Eis a razão da alegria. Mas o que é que significa que o Senhor está próximo? Em que sentido devemos entender esta proximidade de Deus?”

O Papa observou que São Paulo “pensa evidentemente no retorno de Cristo, e convida os cristãos de Filipos a alegrarem-se com a certeza deste regresso do Senhor. Mas na Carta aos Tessalonicenses, ele adverte que ninguém pode conhecer o momento da Sua vinda. Mais ainda, põe de sobreaviso para o risco de qualquer alarmismo, como se o retorno de Cristo fosse iminente.

“Já então a Igreja, iluminada pelo Espírito Santo, compreendia cada vez melhor que a proximidade de Deus não é uma questão de espaço e de tempo, mas sim uma questão de amor: o amor faz aproximar”.
O Natal que se aproxima virá recordar-nos esta verdade fundamental da nossa fé. Diante do Presépio, poderemos saborear a alegria cristã, contemplando em Jesus recém-nascido o rosto de Deus que por amor se fez próximo de nós”.

Como é tradição, em Roma, neste domingo encontravam-se na Praça de São Pedro muitas crianças que ali levavam as imagens do Menino Jesus, dos presépios de casa, para serem benzidas pelo Papa. Dirigindo uma saudação a todos estes meninos e meninas, Bento XVI convidou-os a seguirem atentamente a seguinte oração:

Deus, nosso Pai, que tanto amastes os homens que nos enviastes
o vosso único Filho Jesus, nascido da Virgem Maria,
para nos salvar e nos conduzir a Vós.
Nós vos pedimos que com a vossa bênção estas imagens de Jesus,
que está para vir até nós, sejam, nas nossas casas,
sinal da vossa presença e do vosso amor.

Pai de bondade, abençoai-nos também a nós,
aos nossos pais, às nossas famílias e aos nossos amigos.
Abri o nosso coração para que saibamos
acolher Jesus com alegria, fazer sempre o que Ele pede
e vê-lo em todos aqueles que têm necessidade do nosso amor.
Nós vo-lo pedimos em nome de Jesus,
que vem para dar ao mundo a paz.
Ele vive e reina pelos séculos dos séculos.
Amén!

Nas saudações dirigidas em várias línguas, depois das Ave-Marias, aos diversos grupos de fiéis presentes na Praça de São Pedro o Papa convidou todos a reavivarem a alegria interior e a intensificarem a oração, à medida que nos aproximamos das celebrações natalícias:

“Ao aproximarmo-nos da celebração do Nascimento de Jesus, Príncipe da Paz, convido-vos a preparar-vos para esta festa de gozo e de salvação intensificando a oração, reavivando a alegria interior e dedicando-vos à escuta meditativa da Palavra de Deus, para a transmitir depois, com simplicidade aos outros”. “Feliz domingo!”