Epidemia de cólera no Zimbabué: OMS desmente Robert Mugabe

(13/12/2008) A epidemia de cólera, que começou em Agosto no Zimbábue ainda "não está sob controlo", garante a Organização Mundial de Saúde, actualizando o número de mortes de 783 para 792 e acrescentando que precisa pelo menos de 4,5 milhões de euros para a combater.
Segundo a OMS, 16 700 casos de cólera foram registados até ao passado dia 11, principalmente na região da capital, Harare.
Esta tomada de posição da OMS contradiz as declarações do presidente Robert Mugabe, segundo as quais já não havia "mais cólera" no país. E se Mugabe tem esta opinião, o seu ministro da Informação é mais radical ao acusar o Reino Unido de causar deliberadamente a epidemia de cólera.
Entretanto, o ex-presidente sul--africano Thabo Mbeki apoia a manutenção na chefia do Estado de Robert Mugabe, assinalando que o problema do Zimbábue deve ser resolvido pelos zimbabuanos. Opinião diametralmente oposta à de Mbeki tem o bispo anglicano de Pretória, Joe Seoka, que, em comunicado divulgado na capital sul-africana, afirma que o presidente do Zimbabué "deve ser visto como um Hitler do século XXI, uma pessoa sem consciência nem remorsos e um assassino".
O responsável religioso sul-africano não poupou críticas aos dirigentes políticos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), acusando-os de protegerem há longos anos o "camarada de ditadura" do Zimbabué.
O bispo adiantou que o dia da Reconciliação (16 de Dezembro, feriado na África do Sul) será a ocasião ideal para todos os cristãos rezarem para que Mugabe seja "removido" da presidência do Zimbabué.
Joe Seoka exortou os compatriotas a serem tolerantes com os refugiados zimbabueanos que vivem na África do Sul, para onde fugiram em desespero .