(10/12/2008) A fome avança inexoravelmente e ceifa cada vez mais vitimas : hoje
no mundo são quase um bilião de pessoas subalimentadas. ´´E quanto emerge do último
relatório da FAO sobre o “estado de insegurança alimentar no mundo, difundido esta
terça feira em conferencia de imprensa em Roma. O director da FAO Jacques Diouf,
comentando o pedido de 30 biliões de dólares por ano, avançado em Junho passado durante
a cimeira realizada em Roma, afirmou que esta soma constitui 8% de quanto os países
desenvolvidos gastaram em 2007 para subsídios á agricultura. Trinta biliões não são
nada – acrescentou – em comparação com o que se gasta no mundo inteiro por causa da
crise financeira. Na base do dramático e rápido aumento do numero de pessoas subalimentadas,
segundo a FAO está o aumento dos preços das matérias primas agrícolas. O aumento crescente
do custo de vida causou além disso uma redução drástica das despesas familiares nos
sectores da saúde e da instrução, com repercussões imediatas sobretudo nas crianças,
mulheres grávidas e mães. O aumento dos preços que causou a redução dos alimentos
á disposição de milhões de pobres, pode porém abrir também indícios de esperança:
segundo os peritos da FAO, pode tornar-se uma oportunidade de desenvolvimento para
milhões de pequenos agricultores pobres, favorecendo a expansão dos mercados regionais
com a criação de novos postos de trabalho. Os caminhos indicados pela ONU prevêem
o reforço do sector agrícola com o aumento da produtividade e o inicio de programas
de protecção social para as categorias mais vulneráveis. A situação a nível mundial
é de alarme: na Ásia são 583 milhões as pessoas que sofrem fome. Na África subsahariana
uma pessoa em cada três é faminta cronicamente. Na América Latina, onde nos anos passados
se verificaram importantes progressos, o numero de pessoas famintas subiu para 51
milhões. A situação poderia piorar por causa da actual crise financeira e económica.