2008-12-08 16:10:30

NO ANGELUS, A PROXIMIDADE DO PAPA AOS ATINGIDOS PELAS ENCHENTES EM SANTA CATARINA


Cidade do Vaticano, 07 dez (RV) - Bento XVI assomou ao meio-dia de hoje à janela de seus aposentos _ que dá para a Praça São Pedro _ para a oração dominical do Angelus. Na alocução que precede a oração mariana, o pontífice afirmou que a Igreja eleva a sua voz em favor de todos os pobres do mundo e daqueles que vêem os seus direitos desrespeitados.

O Papa lembrou que o Advento é um tempo de Esperança. Mas a esperança cristã _ observou _ vai além da legítima espera de uma libertação social e política.

Após a oração mariana, o Santo Padre dirigiu o seu pensamento ao Patriarca Aleksej II, que faleceu nesta sexta-feira, aos 79 anos, após ter tido _ nos últimos anos _ graves problemas de saúde.

Bento XVI ressaltou _ em sua alocução _ que Cristo é a “novidade absoluta” da história e “veio habitar no meio dessa humanidade decaída para renová-la internamente”, acrescentando que no Advento “ressoa uma mensagem cheia de esperança, que convida a elevar o olhar ao horizonte último, mas ao mesmo tempo a reconhecer no presente os sinais do Deus-conosco”.

E referindo-se ao Evangelho de hoje, o papa frisou que na liturgia deste II Domingo do Advento ressoa a palavra de consolação do Profeta que anuncia a salvação e a libertação do povo de Deus, o fim de suas tribulações:

Também hoje se eleva a voz da Igreja: ‘No deserto preparai o caminho do Senhor’ (Is 40, 3). Pelas populações debilitadas pela miséria e pela fome, pelas fileiras de refugiados, por aqueles que sofrem graves e sistemáticas violações de seus direitos; por todos esses a Igreja se coloca como sentinela no monte alto da fé e anuncia: ‘Eis o vosso Deus! Eis o Senhor Deus que vem com poder’ (Is 40, 11).

“Esse anúncio profético _ disse o papa _ realizou-se em Jesus Cristo”, que “inaugurou um êxodo não mais somente terreno, e como tal provisório, mas radical e definitivo: a passagem do reino do mal ao reino de Deus, do domínio do pecado e da morte ao do amor e da vida”:

Portanto, a esperança cristã vai além da legítima espera de uma libertação social e política, porque aquilo que Jesus iniciou é uma humanidade nova, que vem ‘de Deus’, mas ao mesmo tempo germina nessa nossa terra, na medida em que ela se deixa fecundar pelo Espírito do Senhor. Trata-se, por isso, de entrar plenamente na lógica da fé: crer em Deus, em seu desígnio de salvação, e, ao mesmo tempo, empenhar-se para a construção de seu Reino. De fato, a justiça e a paz são dom de Deus, mas requerem homens e mulheres que sejam ‘terra boa’, pronta a acolher a boa semente da sua Palavra.

Nessa perspectiva, a Virgem Maria “é o ‘caminho’ que Deus mesmo preparou para vir ao mundo”:

Com toda a sua humildade, Maria caminha à frente do novo Israel no êxodo de todo exílio, de toda opressão, de toda escravidão moral e material, rumo a ‘novos céus e nova terra’, nos quais habita a justiça’ (2 Pd 3, 13). Confiamos à sua materna intercessão a expectativa de paz e de salvação dos homens do nosso tempo.

Como dissemos, após o Angelus o Santo Padre recordou o falecimento do Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Aleksej II:

Unimo-nos na oração aos nossos irmãos ortodoxos para recomendar a sua alma à bondade do Senhor, a fim de que o acolha em seu Reino de luz e de paz.

Em seguida, o pontífice recordou que na tarde da próxima quinta-feira, dia 11, encontrará na Basílica de São Pedro os universitários das Pontifícias universidades romanas, ao término da missa que será presidida pelo cardeal vigário do papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini. Na ocasião o pontífice entregará aos jovens estudantes a Carta de São Paulo apóstolo aos Romanos.

Em suas saudações, em várias línguas, aos diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes, Bento XVI dirigiu uma saudação aos Clérigos Marianos da Imaculada Conceição, que amanhã, segunda-feira, darão início ao centenário do renascimento e da reforma de sua Congregação, convidando-os a permanecerem sempre fiéis a seu carisma.

Por fim, na saudação em português o Santo Padre expressou a sua proximidade àqueles que foram atingidos pela catástrofe ambiental que já provocou nos últimos dias mais de 120 mortos no Estado de Santa Catarina, deixando quase 33 mil pessoas desabrigadas e desalojadas. Eis então a saudação do papa:

Saúdo agora os peregrinos de língua portuguesa e todos aqueles que estão unidos a nós através desta oração à Virgem Maria. De modo particular, desejo reiterar meus sentimentos de comoção pela catástrofe ambiental ocorrida há poucos dias no Estado de Santa Catarina, causando numerosas vítimas e deixando desabrigados milhares de pessoas. Para todos invoco a proteção do Altíssimo, para que possa recompensar o povo brasileiro e as autoridades nacionais e estrangeiras, pela ajuda prestada aos flagelados nesta hora de viva consternação. A todos e às vossas famílias dou de coração a minha Bênção Apostólica.RealAudioMP3 (RL)







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