CARDEAL BERTONE: A VIRGEM MARIA É O PRIMEIRO E MAIOR SINAL DO TRIUNFO DA LUZ SOBRE
AS TREVAS
Cidade do Vaticano, 08 dez (RV) - O cardeal secretário de Estado, Tarcisio
Bertone, presidiu esta manhã, na Basílica papal de Santa Maria Maior, a santa missa,
na solenidade da Imaculada Conceição. Em sua homilia, o purpurado explicou o sentido
desse reconhecimento dado à Virgem no dogma proclamado por Pio IX no ano 1854.
O
Cardeal Bertone explicou que a “Imaculada Conceição” é privilégio único reservado
à Mãe do Redentor: privilégio que _ como se sabe _ consiste no ter sido preservada
de toda sombra de pecado e preenchida pela graça e pelo amor de Deus, e que isso se
deu desde o primeiro instante de sua concepção.
O purpurado lembrou que hoje
toda a Igreja contempla com alegria a verdade da Imaculada Conceição de Maria, a celebra
na liturgia e na oração, e traduz a sua fé e admiração pela Virgem Santa no compromisso
de seguir com docilidade os seus ensinamentos de vida evangélica.
A Igreja
_ acrescentou _, exortando-nos a dirigir o olhar para ela, nos oferece assim a ocasião
de renovar, aliás, de intensificar o nosso testemunho cristão, alimentando a nossa
esperança e a nossa confiança no amor misericordioso do Onipotente, que realizou em
Maria o seu desígnio de salvação que é para toda a humanidade.
Celebrando a
Eucaristia na Basílica de Santa Maria Maior, o cardeal secretário de Estado ressaltou
que este ano essa solenidade ali celebrada se revestia de um significado ainda mais
profundo.
Esta Basílica _ disse ele _, a primeira construída no Ocidente após
o Concílio de Éfeso, acolhe desde dias atrás, a imagem de Nossa Senhora de Lourdes,
e a presença dessa imagem sagrada nos liga espiritualmente ao Santuário de Lourdes,
onde se concluem solenemente as celebrações pelos 150 das Aparições de Nossa Senhora
em Massabielle.
Em seguida, o purpurado disse que o Santo Padre, embora não
presente fisicamente, se unia espiritualmente a todos ali presentes e pedia que rezassem
por todas as suas intenções.
O Cardeal Bertone recordou a peregrinação que
Bento XVI fez em setembro passado a Lourdes, na França, dizendo ter sido uma grande
experiência pela qual agradecia a Deus por tê-la partilhado junto ao Santo Padre.
Diante
da imagem da Imaculada, no lugar onde apareceu a Bernadete Soubirous e para aonde
acorrem todos anos milhões de peregrinos de todos os cantos da terra, diante da Virgem
Santa _ lembrou ele _, Bento XVI dirigiu palavras de grande consolação especialmente
para os doentes.
O purpurado ressaltou que, em seu discurso, o papa falou do
sorriso da Virgem Maria, fonte de serenidade e de conforto, e fonte de uma esperança
invencível. “Na verdade, quem, em sua vida, não faz experiência da dor e da doença?”
O Sofrimento, quando se prolonga, rompe os equilíbrios mais consolidados de uma existência
e chega a abalar até mesmo as mais firmes certezas da confiança, chegando não raramente
a colocar em discussão o sentido e o valor da vida.
“Existem combates _ observou
ainda o Cardeal Bertone citando palavras do papa proferidas em Lourdes _ que o homem
não pode combater sozinho, sem a ajuda da graça divina. Quando a palavra não sabe
mais encontrar expressões adequadas, nasce a necessidade de uma presença amorosa”.
“Quem poderia nos ser mais íntimo do que Cristo e sua santa mãe, a Imaculada?” _ prosseguia
o papa.
O purpurado disse fazer sua a exortação do Santo Padre na referida
ocasião: “Gostaria de dizer àqueles que sofrem, lutam e são tentados a dar as costas
à vida: dirijam-se a Maria”. O cardeal convidou os presentes a acolherem o convite
do papa. Olhemos sempre para ela, em toda circunstância, na alegria e na dor, na saúde
e na doença, na vida e na morte.
Falando ainda da figura de Maria, o cardeal
secretário de Estado disse que ante a Virgem Santa nos encontramos diante de um coração
humano no qual todo desejo é perfeito no bem, diante de uma vontade voltada para a
justiça, diante de uma liberdade radicalmente e definitivamente conquistada pelo amor
e pela entrega ao amor.
O Cardeal Bertone enfatizou que a Imaculada Conceição
é o primeiro fruto da redenção de Cristo, a antecipação misteriosa dos efeitos de
salvação que derivam da morte e da ressurreição de Jesus, acrescentando que a Virgem
Maria é o primeiro e maior sinal da vitória da graça sobre o pecado, do triunfo da
luz sobre as trevas, da glória sobre o horror do mal, da liberdade sobre a escravidão
moral.
O purpurado lembrou ainda que também nós, cada um de nós, é chamado
à santidade, que é a vocação de todo batizado. E exortou que jamais nos esqueçamos
que o Senhor nos criou e redimiu para que também em nós se realizem “grandes coisas”,
para além da pequenez e miséria humanas que nos caracterizam. “O Senhor _ disse ele
_ nos chama a viver na sua graça, a cooperar em seu projeto de salvação, a sermos
santos como ele é santo.” (RL)