A Igreja, sentinela dos direitos violados, dos pobres e dos refugiados. O Papa recorda
o defunto Patriarca Alexis II e as vitimas das inundações no estado brasileiro de
Santa Catarina
(7/12/2008) Antes da recitação da oração mariana do Angelus deste II Domingo do Advento,
com os milhares de fiéis congregados ao meio dia na Praça de São Pedro, Bento XVI
salientou que na liturgia do Advento ressoa uma mensagem cheia de esperança que convida
a erguer o olhar para o horizonte ultimo, mas ao mesmo tempo a reconhecer no presente
os sinais do Deus connosco. Neste II Domingo do Advento – disse o Papa – a Palavra
de Deus assume tonalidades comovedoras :”consolai, consolai o Meu povo , diz o profeta
Isaías em nome de Deus. Alentai o coração de Jerusalém e bradai-lhe que o seu trabalho
terminou. É isto, acrescentou o Papa, que o Senhor quer fazer no Advento: falar
ao coração do seu Povo e através dele á humanidade inteira, para anunciar a salvação.
Também hoje se ergue a voz da Igreja:”abri no deserto um caminho para o Senhor”. “Para
as populações desfalecidas pela miséria e pela fome, pelas multidões de refugiados,
por todos aqueles que sofrem graves e sistemáticas violações dos seus direitos, a
Igreja propõe-se como sentinela no monte elevado da fé e anuncia: Eis o vosso Deus.
Eis que o Senhor Deus vem com fortaleza. Este anuncio profético – salientou
depois o Papa – realizou-se em Jesus Cristo. Ele com a sua pregação e depois com a
sua morte e ressurreição , levou a cumprimento as antigas promessas, revelando uma
perspectiva mais profunda e universal. Inaugurou um êxodo já não só terreno, histórico,
e como tal provisório, mas radical e definitivo: a passagem do reino do mal ao reino
de Deus, do domínio do pecado e da morte ao domínio do amor e da vida. E se a esperança
cristã vai para além da legitima expectativa acerca de uma libertação social e politica,
porque aquilo que Jesus iniciou é uma humanidade nova, que vem de Deus, a situação
contingente na qual vivemos está contudo confiada á nossa responsabilidade. De facto
o anuncio cristão germina nesta nossa terra, na medida em que ela se deixa fecundar
pelo Espírito do Senhor. Para Bento XVI trata-se portanto de entrar plenamente
na lógica da fé ; acreditar em Deus, no seu desígnio de salvação, e ao mesmo tempo
empenhar-se na construção do Seu Reino. Com a sua humildade – salientou o Papa
a concluir – Maria caminha á frente do novo Israel no êxodo de todos os exílios, de
todas as opressões, de todas as escravidões morais e materiais, para os novos céus
e a terra nova, nos quais mora a justiça. Á sua intercessão materna confiamos a expectativa
de paz e de salvação dos homens do nosso tempo. Numa saudação em língua portuguesa,
depois da recitação do Angelus, Bento XVI quis reiterar a sua comoção pela catástrofe
ambiental ocorrida recentemente no estado Brasileiro de Santa Catarina. Saúdo agora os peregrinos
de língua portuguesa e todos aqueles que estão unidos a nós através desta oração à
Virgem Maria. De modo particular, desejo reiterar meus sentimentos de comoção pela
catástrofe ambiental ocorrida há poucos dias no Estado de Santa Catarina, causando
numerosas vítimas e deixando desabrigados milhares de pessoas. Para todos invoco a
proteção do Altíssimo, para que possa recompensar o povo brasileiro e as autoridades
nacionais e estrangeiras, pela ajuda prestada aos flagelados nesta hora de viva consternação.
A todos e às vossas famílias dou de coração a minha Bênção Apostólica.
-Sempre
depois da recitação do Angelus o Papa recordou a morte nos dias passados do Patriarca
de Moscovo e de todas as Russias Sua Santidade Alexis II . “Unimo-nos na oração aos
nossos irmãos ortodoxos- disse Bento XVI – para recomendar a sua alma á bondade do
Senhor, para que o acolha no seu Reino de luz e de paz. O Santo Padre recordou
hoje que na próxima quinta feira dia 11 encontrará na Basílica de São Pedro os universitários
dos ateneus romanos, no final da Santa Missa que será presididida pelo cardeal Agostinho
Vallini. Por ocasião do Ano Paulino o Papa entregará aos jovens estudantes a Carta
aos Romanos do Apostolo Paulo, saudando-os depois juntamente com os Reitores, o pessoal
docente, técnico e administrativo.