2008-12-06 19:52:42

SANTA SÉ: DIREITOS HUMANOS NÃO SEJAM SOMENTE PROCLAMADOS, MAS RESPEITADOS


Cidade do Vaticano, 06 dez (RV) - O secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, fez um pronunciamento no 16º Conselho da OSCE _ Organização para a Segurança e a Cooperação Européia _, no qual deu ênfase a alguns temas fortes, como a intolerância para com os cristãos, a eliminação dos armamentos, a difícil situação no Cáucaso, e a chaga do tráfico de seres humanos. O arcebispo exortou os Estados que fazem parte da OSCE a darem atenção à atual crise econômica e financeira.

No discurso ao conselho ministerial da OSCE, o prelado reiterou que à distância de 60 anos da adoção da Declaração universal dos Direitos do Homem, a Igreja católica “luta para garantir que os direitos humanos não sejam somente proclamados, mas também respeitados”.

Dom Mamberti deu ênfase particular ao direito à liberdade religiosa. A Santa Sé pede que tal direito seja respeitado universalmente e “olha com preocupação para os sempre freqüentes episódios de violência e para os constantes atos de discriminação e de intolerância contra os cristãos e os membros de outras religiões” _ afirmou.

O secretário das Relações com os Estados acrescentou que “o ódio não pode ter justificação entre aqueles que definem Deus como ‘nosso Pai’. Esse é outro motivo pelo qual Deus jamais pode ser excluído do horizonte da pessoa humana e da história”.

“O nome de Deus é um nome de justiça. É um apelo urgente à paz” _ reiterou Dom Mamberti.

Em seguida, o prelado manifestou a sua preocupação pela “deterioração” das condições de confiança e de segurança, que sempre foram a base das relações e negociações entre os Estados”.

O arcebispo precisou que as crises atuais na área OSCE “poderiam levar inevitavelmente à deterioração da qualidade da vida e das expectativas legítimas dos cidadãos de Estados soberanos”.

Ele advertiu que na Geórgia “a situação permanece instável nas áreas de conflito e nas áreas circunstantes”, acrescentando que o inverno “lançou novos desafios e que a Santa Sé está particularmente preocupada com o retorno para suas casas dos deslocados dentro do país”.

Dom Mamberti encorajou a Organização para a Segurança e a Cooperação Européia em seu empenho a “eliminar os riscos ligados ao armazenamento de armas leves e de armas convencionais, a sua luta contra a proliferação das armas de destruição em massa e, não por último, as suas iniciativas na luta contra o terrorismo”.

O prelado exortou a OSCE a “dar atenção à atual crise econômica e financeira que atinge a vida de todos, em particular dos mais vulneráveis.

Dom Mamberti dedicou uma parte importante do discurso à “chaga do tráfico de seres humanos”. Um fenômeno social “multidimensional”, de pobreza, avidez, corrupção, injustiça e opressão que se manifesta com a exploração sexual, o trabalho forçado, a escravidão e o recrutamento de menores para o conflito armado _ ressaltou.

O arcebispo destacou que se trata de um fenômeno que tem também causas econômicas, políticas e sócio-culturais. Por outro lado, ele observou que “a globalização e o aumentado movimento de pessoas podem também tornar grupos vulneráveis”, como mulheres e jovens, “presa fácil dos traficantes”, que não têm nenhum respeito pela dignidade da pessoa humana.

O prelado falou também da “banalização da sexualidade” nos meios de comunicação, que “leva ao declínio dos valores morais e conduz à degradação de homens e mulheres e também ao abuso contra as crianças”. Dom Mamberti garantiu o pleno apoio da Santa Sé “aos esforços da OSCE para eliminar a chaga do tráfico de pessoas, em particular de mulheres e crianças, da prostituição e do trabalho forçado”. (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.