2008-12-05 17:35:52

BENTO XVI: MEDIAÇÃO PONTIFÍCIA É SINAL DE QUE O DESÂNIMO SEMPRE DEVE SER VENCIDO


Cidade do Vaticano, 05 dez (RV) - Bento XVI enviou uma mensagem de felicitações às presidentes de Argentina e Chile, recordando os 30 anos da mediação pontifícia entre os dois países, que na época disputavam a soberania da zona austral.

Tendo em vista essa data, no dia 29 de novembro o papa nomeou o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, seu enviado extraordinário em missão especial para as cerimônias desse aniversário, celebrado hoje em Monte Aymond, na Argentina, com a presença das presidentes da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, e a do Chile, Michelle Bachelet.

Em sua mensagem, Bento XVI recordou os primeiros dias de 1978, "quando os dirigentes dessas queridas nações chegaram a pensar que havia se esgotado toda possibilidade de se chegar a um acordo que pusesse fim à controvérsia; mais ainda, lhes parecia difícil acolher a sugestão que o pontífice fizera, em uma mensagem na qual insistia em uma análise serena e responsável do problema".

João Paulo II, disse Bento XVI, "impulsionado por sua especial sensibilidade para concretizar a missão recebida pelo Príncipe da Paz, sentiu a necessidade de oferecer uma nova e peculiar intervenção, de caráter mais pessoal".

Para o papa, a decisão de João Paulo II de enviar o Cardeal Antonio Samoré deteve de modo providencial o confronto bélico e levou à assinatura dos Acordos de Montevidéu, em 8 de janeiro de 1979.

"Este êxito, que causou uma agradável e inesperada surpresa no mundo, foi um exemplo de como, diante de qualquer controvérsia, sempre se deve vencer o desânimo, e nunca dar por esgotado o caminho do diálogo paciente e da negociação conduzida com sabedoria e prudência, para alcançar uma solução justa e digna", escreveu Bento XVI.

O pontífice recordou que a história recente está repleta de várias intenções falidas e de soluções drásticas que geraram gravíssimas conseqüências em várias partes do mundo. A mediação pontifica de 30 anos atrás evitou que fossem cometidas atrocidades contra os povos argentino e chileno e a realidade de hoje, marcada pela colaboração, é uma testemunha exemplar e inegável dos frutos da paz.

No Monte Aymond, na fronteira entre Chile e Argentina, foi celebrada a santa missa; abençoada a primeira pedra de um “monumento comemorativo à paz entre os povos”; e foi lida a referida mensagem do papa.

As presidentes Bachelet e Kirchner visitarão ainda a cidade chilena de Punta Arenas, onde será inaugurada uma placa comemorativa dedicada a João Paulo II.

A mensagem do papa “é uma mensagem de felicitações para reforçar as relações de amizade e colaboração” entre os dois países, comentou o arcebispo de São Paulo, Cardeal Scherer, pouco após a sua chegada a Punta Arenas, sul do Chile. (BF)







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