Cristo o novo Adão e a doutrina do pecado original: tema da catequese da audiência
geral. O Papa recorda à Banca a solidariedade com as faixas mais débeis
Na audiência geral desta quarta-feira, com uns sete mil peregrinos congregados na
Aula Paulo VI, do Vaticano, Bento XVI recordou que a Banca deve ter como um dos seus
objectivos primários “a solidariedade em relação às faixas mais débeis” da população
e o “apoio à actividade produtiva”: nas saudações proferidas após a costumada catequese,
o Papa lembrou que este é “um tempo de dificuldade para muitas famílias” a que as
instituições bancárias e de crédito devem estar atentas.
Na catequese desta
audiência geral, prosseguindo a abordagem que se propôs dedicar à doutrina de São
Paulo, Bento XVI deteve-se desta vez sobre a relação que o Apóstolo estabelece entre
o primeiro Adão e Cristo, na Carta aos Romanos e também na primeira Epístola aos Coríntios.
Quanto Paulo evoca a queda da humanidade em Adão, é sempre para sublinhar a sobreabundância
da graça que esta recebeu em Cristo – fez notar o Papa. O pecado de Adão nunca pode
ser apresentado isolado do horizonte da justificação que a humanidade encontra em
Cristo.
“Só Cristo, como novo Adão, libertou a humanidade do pecado e da morte,
mediante o dom da graça da justificação. O baptismo não só livra do pecado original,
mas também põe o homem de novo em relação com Deus, fazendo-o seu filho. O baptizado
é introduzido numa vida totalmente nova, sustentada pelo dom do Espírito Santo”.
A
“gloriosa liberdade dos filhos de Deus” de que fala Paulo na Carta aos Romanos, dom
do Espírito Santo no baptismo e na confirmação, exprime-se no serviço do Senhor através
dos nossos irmãos e torna-nos activamente responsáveis por todos os que ainda não
vivem em Cristo, para que também estes possam descobrir a esperança que lhes está
reservada, graças ao amor gratuito de Deus. Tudo isto está de algum modo contido numa
visão global da doutrina do pecado original, formulada pela Igreja a partir dos ensinamentos
de Paulo:
“A doutrina de São Paulo, a partir da qual a Igreja formulou o dogma
do pecado original, sintetiza a reflexão judaica do seu tempo sobre o drama do pecado,
tal como dele falam os três primeiros capítulos do Génesis. Ela reconhece ao mesmo
tempo as consequências funestas do pecado de Adão em que toda a humanidade ficou envolvida
e a responsabilidade pessoal dos homens perante os pecados que cometem”.