2008-12-01 18:51:23

ARCEBISPO DE KIRKUK DIZ QUE INCENTIVAR ÊXODO DE CRISTÃOS É UM DANO PARA TODO O IRAQUE


Bagdá, 1º dez (RV) - É imperioso acolher os refugiados, mas ainda mais importante é “eliminar as causas subjacentes à fuga” e permitir às pessoas que “vivam em paz e harmonia em sua terra”. Esse é o sentido da mensagem lançada através da agência de notícias AsiaNews pelo arcebispo de Kirkuk, no Iraque, Dom Louis Sako, sobre a questão dos refugiados iraquianos.

Na última quinta-feira, dia 27 de novembro, a União Européia disse estar pronta para acolher até 10 mil refugiados iraquianos, a maior parte dos quais vive no exílio na Síria e Jordânia, em meio a privações e sofrimentos.

Uma iniciativa dessa natureza é como “dizer aos cristãos que fujam, que vá embora do Iraque. Hoje 10 mil, amanhã outros 10 mil até o dia em que acabar a presença cristã no país _ disse Dom Sako. O prelado reitera que não se pode limitar a “acolher os refugiados”, mas é preciso predispor “todas as iniciativas necessárias para favorecer a sua permanência”.

O arcebispo iraquiano não julga a decisão como totalmente negativa, observa que “existem casos extremos de pessoas que não podem voltar para o país, como os membros do velho regime de Saddam”, mas nem por isso deve ser favorecido um êxodo de massa que acabaria piorando a situação.

O prelado pondera que “é justo acolher as pessoas em dificuldade, mas é igualmente justo afrontar casos específicos e, sobretudo, trabalhar para a reconstrução de uma convivência civil no país”.

Dom Sako denuncia a falta de uma linha comum dentro da comunidade cristã e a ausência de uma liderança forte: “Os cristãos estão divididos internamente _ observa ele _, alguns querem permanecer, outros preferem ir embora.

O arcebispo de Kirkuk ressalta que a vontade de deixar o país é aumentada pela falta de uma liderança política que oriente as pessoas rumo a um projeto concreto, sólido, que convença a permanecer, mesmo em meio a sofrimentos e dificuldades.

O prelado iraquiano observa que boa parte da comunidade muçulmana é contrária a esse êxodo de cristãos. Ela espera dos irmãos cristãos “fidelidade, abertura e moralidade”, mas, sobretudo, uma colaboração concreta “para a reconstrução de um futuro juntos”, porque considera “os cristãos uma parte integrante do país”. (RL)







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