2008-11-29 17:53:09

No Advento, tempo de esperança a Igreja é chamada a tornar-se esperança, para si mesma e para o mundo.


(29/11/2008) O Advento é o tempo da esperança, e a esperança cristã é sempre uma “esperança pascal”. “O grito de esperança do Advento exprime toda a nossa extrema necessidade de salvação” – Foram estes os aspectos fundamentais sublinhados pelo Papa na homilia da celebração das I Vésperas do Advento, neste sábado ao fim da tarde, na basílica de São Pedro.

“O Advento é por excelência a estação espiritual da esperança. Nele, a Igreja está chamada a tornar-se esperança, para si mesma e para o mundo. Todo o organismo espiritual do Corpo místico assume, por assim dizer, a “cor” da esperança”.

“Todo o povo de Deus se põe de novo a caminho atraído por este mistério: que o nosso Deus é “o Deus que vem” e nos chama para irmos ao seu encontro” – observou Bento XVI. Mas de que modo? – interrogou-se, logo respondendo:

“Antes de mais naquela forma universal da esperança e da expectativa que é a oração, que encontra a sua expressão eminente nos Salmos, palavras humanas nas quais o próprio Deus colocou e coloca continuamente nos lábios e nos corações dos crentes a invocação da sua vinda”.

Neste contexto, o Papa deteve-se depois a comentar brevemente os Salmos 141 e 142, utilizados pela liturgia romana nas I Vésperas da I Semana. “Senhor, a vós grito. Vinde em meu auxílio!”. Comentou Bento XVI:

“É o grito de uma pessoa que se sente em grave perigo, mas é também o grito da Igreja no meio das múltiplas insídias que a circundam, que ameaçam a sua santidade, aquela integridade irrepreensível de que fala o apóstolo Paulo e que deve ser conservada para a vinda do Senhor.
Nesta invocação ressoa também o grito de todos os justos, de todos os que querem resistir ao mal, às seduções de um bem-estar iníquo, de prazeres ofensivos da dignidade humana e da condição dos pobres”.

O Papa observou ainda que “no grito do Corpo místico, reconhecemos a própria voz da Cabeça: o Filho de Deus que tomou sobre si as nossas provações e as nossas tentações para nos dar a graça da sua vitória”.
Esta identificação de Cristo com o salmista é especialmente evidente no segundo Salmo, 142, no qual cada palavra faz pensar em Jesus na paixão, especialmente, na oração ao Pai, no Getsémani. Rezando este Salmo, “a Igreja revive de cada vez a graça desta com-paixão, desta “vinda” do Filho de Deus até ao mais fundo da angústia humana”.

“O grito de esperança do Advento exprime então, desde o princípio e no modo mais forte, toda a gravidade do nosso estado, a nossa extrema necessidade de salvação. Como quem diz: nós esperamos o Senhor, não como quem aspira a uma bela decoração para um mundo já salvo, mas sim como única via de libertação de um perigo mortal”.

Caminhando para o Natal, não podemos esquecer “a dramaticidade da nossa existência pessoal e colectiva”. “Uma esperança fiável, que não engana, não pode ser senão uma esperança pascal” – concluiu o Papa.











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