BISPOS AMERICANOS E MEXICANOS ESCREVEM CARTA A BARACK OBAMA
Piedras Negras, 29 nov (RV) - Os bispos católicos do Texas e das dioceses mexicanas
de fronteira preparam um carta para o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack
Obama, na qual se insistirá sobre a necessidade de una reforma migratória o mais rápido
possível e pedirá o fim imediato das blitze contra indocumentados, ações que não foram
suspendidas pela administração do presidente George W. Bush.
O bispo da diocese
de Piedras Negras, Coahuila, que também é membro do Conselho de Presidência do Episcopado
Mexicano, Dom Alonso Garza Treviño, anunciando o documento expressou seu desejo de
que o novo mandatário norte-americano seja sensível ao tema, pois uma reforma na matéria
não somente serviria à economia de seu país e à mexicana, mas também evitaria que
a entrada ilegal dos trabalhadores causasse a morte de centenas de pessoas que a cada
ano tentam cruzar a fronteira sem documentos.
O bispo recordou que segundo
as últimas cifras oficiais do setor de Migração dos Estados Unidos e da Patrulha de
Fronteira, neste ano foram realizadas cerca de 350 mil deportações de indocumentados.
Dom
Garza Treviño também citou que o presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos
Estados Unidos, cardeal Francis George, expressou várias vezes seu apoio a esta proposta. “Os
bispos de ambos os lados da fronteira – afirmou – desejam uma justiça econômica e
oportunidades para todos, o que implica necessariamente na reforma das leis de migração”.
O bispo acrescentou que os prelados de ambos os países pedem que o governo
do presidente Bush reconsidere o uso da blitz como instrumento para fazer cumprir
as leis migratórias de seu país. “Os governos têm o legítimo direito de cuidar de
suas fronteiras, porém as blitze nos centros de trabalho ofendem a dignidade e os
direitos humanos dos indocumentados", afirmou.
Dom Garza Treviño concluiu dizendo:
“O custo humanitário de tal prática é inaceitável em uma sociedade civilizada, pois
com ela se criam fraturas e se dividem as famílias, onde crianças com cidadania norte-americana
são separadas de seus pais. É necessário que se entenda que as pessoas têm o direito
divino de migrar”. (SP)