(28/11/2008) O mundo ocidental não está a enviar tropas suficientes para a República
Democrática do Congo (RDC) porque tem uma "atitude discriminatória constante" face
a África. A afirmação foi ontem feita por Jan Egeland, antigo enviado das Nações
Unidas para questões humanitárias, que denuncia o contraste entre o empenho internacional
na solução do conflito naquele país africano com o esforço revelado noutras regiões
do globo, como o Médio Oriente.
Egeland é um dos 16 antigos responsáveis
da ONU e líderes mundiais - entre os quais se contam Mary Robinson, Desmund Tutu e
Vlaclav Havel -, signatários de uma carta que apela à UE que envie tropas para pôr
fim à guerra na RDC.
Bruxelas recusou recentemente enviar uma missão de
paz para o ex-Zaire por considerar que deverão ser os militares das Nações Unidas
a lidarem com o conflito. A ONU tem cerca de 17 mil militares destacados naquele país
centro-africano e tem planos para enviar mais três mil - tornando-se esta na maior
missão humanitária no mundo. Porém, o número é considerado insuficiente para cobrir
um território que é quase do tamanho da Europa Ocidental.
Organizações
internacionais calculam que os combates que começaram em Agosto no leste do país tenham
morto milhares e feito 250 mil refugiados. Pelo menos 13 mil terão cruzado a fronteira
com o Uganda e contam histórias de massacres das pessoas que ficaram para trás.
Os
signatários do apelo a Bruxelas querem que seja travada a que consideram ser "maior
matança do planeta".