2008-11-28 17:31:36

SANTA SÉ: É PRECISO REVERTER CONSEQUÊNCIAS DA CRISE FINANCEIRA MUNDIAL


Cidade do Vaticano, 28 nov (RV) - Será inaugurada amanhã, dia 29, na capital de Catar, Doha, a Conferência Internacional para o financiamento ao desenvolvimento.

A Caritas Internacional estará presente por meio de Michael Roy, da Caritas Francesa. Para Roy, apesar de alguns progressos realizados para financiar o desenvolvimento nos últimos seis anos, permanece o fato de que a cada três segundos nós permitimos que uma criança morra devido a sua condição de extrema pobreza.

Além disso, recorda a Caritas, a ajuda está diminuindo, enquanto as promessas para combater a pobreza estão longe da meta fixada para 2015. "Houve carência de determinação política e é necessário enfrentar esses fracassos em Doha", disse Michael Roy, que acrescentou:

"Em contrapartida, o mundo incrementou seus gastos de armamento, passando de 900 bilhões de dólares em 2002 a 1 trilhão e 400 bilhões hoje. A distribuição imediata de um trilhão de dólares a instituições financeiras para combater a crise econômica demonstrou que se pode arrecadar dinheiro. Em Doha, os governos devem mandar um sinal forte à comunidade internacional, afirmando que é importante acabar com a pobreza. A ajuda não é beneficência, mas justiça. Os governos deverão usar a imaginação."

Os países doadores reiteraram em muitas ocasiões seu compromisso de destinar 7% do Produto Interno Bruto à ajuda. Todavia, somente cinco países em todo o mundo alcançaram esta meta: Dinamarca, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega e Suécia.

A reunião de Doha vai avaliar os progressos realizados desde a assinatura, em 2002, do Consenso sobre o Financiamento ao Desenvolvimento, que se realizou em Monterrey, no México.

Sobre este encontro, a Rádio Vaticano entrevistou o observador permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, Dom Celestino Migliore: "Há algum tempo, nos encontramos no meio de uma crise financeira que poderá se tornar catastrófica se suas conseqüências forem sentidas sobre outras crises: crise econômica, alimentar e energética. Parece necessário um decisivo retorno do setor público nos mercados financeiros, e é preciso recuperar algumas dimensões basilares da finança, isto é, a prevalência do trabalho sobre o capital, das relações humanas sobre as transações comerciais e da ética sobre o critério da eficiência". (BF)







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