2008-11-28 14:05:14

BISPO ANGOLANO FAZ APELO EM PROL DOS REFUGIADOS DO CONGO


Lubango, 28 nov (RV) - Continua preocupante a situação no norte da República Democrática do Congo. Tudo indica que foram retomados, mesmo esporádicos, os combates, depois que o governo rejeitou secamente, dois dias atrás, a proposta da ONU de iniciar negociações diretas com os rebeldes, que controlam grande parte do nordeste do país. O mediador da ONU, o ex-presidente nigeriano Obasanjo, encontrou-se nos dias passados com o líder dos rebeldes congoleses general Nkunda.

O perigo agora é que sejam retomados os conflitos militares, que já provocaram a morte de centenas de pessoas, e mais de um milhão de refugiados em condições desesperadoras. Precisamente sobre a dramática situação dos refugiados na fronteira com a Angola, falou à Rádio Vaticano o arcebispo de Lubango, Dom Gabriel Mbilingi:

R – “Antes, quando estávamos em guerra, tivemos refugiados angolanos no Congo, mas neste momento ocorre o contrário. As fronteiras não têm ainda uma segurança tal para poder dizer que não se pode passar de um lado para o outro. Por sua vez, não podemos fechar as fronteiras quando existe uma situação humanitária que solicita uma reposta nossa, uma ajuda. Além do mais estamos preocupados, porque os nossos coirmãos bispos do Congo nos enviaram uma mensagem pedindo ajuda, seja à Conferência Episcopal de Angola, seja ao governo do nosso país, a fim de que se chame a atenção não somente da comunidade internacional, mas também dos angolanos, que também viveram uma experiência difícil e encontraram refúgio nos países de fronteira”.

P. O senhor gostaria de fazer um apelo à comunidade internacional?

R. “As guerras, neste mundo globalizado, não podem ser vistas como questões de um país ou de uma região. Não, a paz é uma questão mundial; a estabilidade é também uma questão mundial, a vida mesma é uma questão mundial. Por isso, eu fico feliz pela presença da ONU que decidiu reforçar os grupos de soldados que se encontram no Congo. Todavia, gostaria também que a questão fosse vista em um contexto um pouco mais global, porque aquela região sofre há tantos anos e não é possível continuar assim. Certamente existem políticas – talvez com motivações do tipo econômicas – às quais é necessário colocar um ponto final, porque tudo aquilo que fazemos hoje para salvar o Congo, mesmo se se tratasse de uma só pessoa, é um bem para toda a humanidade”. (SP)







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