ENCÍCLICA "SPE SALVI", DE BENTO XVI, COMPLETA UM ANO DE PUBLICAÇÃO
Cidade do Vaticano, 27 nov (RV) - No próximo domingo, dia 30 de novembro, estará
completando um ano a publicação da “Spe salvi” (Salvos pela esperança), a segunda
encíclica de Bento XVI. No documento magisterial, o Santo Padre se detém sobre a verdadeira
natureza da esperança cristã. Uma esperança alimentada pela fé no Deus amor e que,
justamente em razão dessa origem, jamais é individualista, mas sempre aberta ao próximo.
“SPE
SALVI facti sumus” _ é na esperança que fomos salvos: Bento XVI parte de uma passagem
da Carta de São Paulo aos Romanos para desenvolver a sua reflexão sobre a fisionomia
da esperança cristã, e ressalta, em primeiro lugar, a sua estreita conexão com a fé.
A
esperança é um dom capaz de mudar a vida de quem o recebe. Mas em que consiste essa
esperança? Eis como Bento XVI descreve o seu traço fundamental no Angelus de 2 de
dezembro de 2007:
“Consiste substancialmente no conhecimento de Deus, na
descoberta de seu coração de Pai bom e misericordioso. Jesus, com a sua morte na cruz
e a sua ressurreição, nos revelou a sua face, a face de um Deus de tal modo grande
no amor que nos comunica uma esperança inquebrantável, que nem mesmo a morte pode
abalar, porque a vida de quem se confia a esse Pai se abre na perspectiva da eterna
beatitude.”
Portanto, uma esperança “confiável” da qual o homem precisa
também hoje num tempo marcado por um tumultuoso desenvolvimento tecnológico:
“O
desenvolvimento da ciência moderna confinou sempre mais a fé e a esperança na esfera
privada e individual, de modo que hoje se mostra de forma evidente, e por vezes dramática,
que o homem e o mundo precisam de Deus _ do verdadeiro Deus! _, do contrário permanecem
desprovidos de esperança.”
Por outro lado, o papa reconhece que a ciência
“contribui muito para o bem da humanidade _ sem dúvida _, mas não é capaz de redimi-la”.
O homem “é redimido pelo amor, que torna a vida pessoal e social boa e bonita” _ ressalta:
“Por
isso a grande esperança, plena e definitiva, é garantida por Deus, pelo Deus que é
amor, que em Jesus Cristo nos visitou e nos doou a vida, e n’Ele voltará no fim dos
tempos. É em Cristo que esperamos, é Ele quem esperamos!”
Portanto, a esperança
do cristão é, em definitiva, uma Pessoa. O Santo Padre o reiterou nas Vésperas do
fim de ano, dia 31 de dezembro de 2007:
“Cristo é a nossa esperança ‘confiável’,
e a esse tema dediquei a recente encíclica intitulada ‘Spe salvi’. Mas a nossa esperança
é sempre essencialmente também esperança para os outros, e somente assim ela é verdadeiramente
esperança para cada um de nós.” (RL)