2008-11-24 17:14:30

NOTA DA SANTA SÉ ANALISA CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL


Cidade do Vaticano, 24 nov (RV) - Terá início no próximo sábado, dia 29, em Doha, capital de Catar, a Conferência internacional sobre o financiamento ao desenvolvimento.

O encontro de Catar se concluirá com um novo documento (Doha Draft Outcome Document) para regular a colaboração internacional. Em vista deste acordo, o Pontifício Conselho de Justiça e de Paz elaborou uma nota para oferecer sua reflexão sobre alguns temas. O documento menciona os "principais aspectos éticos das relações entre finança e desenvolvimento e encoraja os governos e todos os outros agentes econômicos a encontrar soluções duradouras e solidárias".

O ponto, imprescindível, do qual parte a análise do organismo vaticano é a crise financeira que nesses últimos meses literalmente assolou os mercados e que começa a fazer sentir o seu peso sobre a economia real. Uma crise que ameaça as exíguas metas alcançadas nesses anos em termos de ajuda ao desenvolvimento.

Os países mais pobres são os primeiro a sentir os efeitos da crise global, apesar de serem os últimos envolvidos nas dinâmicas políticas que deveriam conduzir a uma solução. A prova disso é o recente G20 realizado em Washington, no qual as nações mais fracas foram excluídas do plano estabelecido para relançar os mercados.

Como releva a nota do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, os muitos países que não participaram do encontro de Washington temem que a Conferência de Doha tenha pouco impacto político. Seria uma pena, porque a comunidade internacional perderia uma ocasião para discutir questões de suma importância para o bem da humanidade. E o financiamento ao desenvolvimento – como destaca a nota vaticana – é uma delas.

Entre as questões citadas pelo Pontifício Conselho, fala-se da necessidade de um novo pacto financeiro internacional. "Estamos diante da necessidade de uma simples revisão ou de instituições econômicas e financeiras completamente novas?", pergunta-se a nota. Também na hora de reformular as políticas e as instituições internacionais é justo que os países "grandes" não fechem os acordos sozinhos, mas dêem voz a quem, até agora, permaneceu excluído.

Na reunião de Doha, que se conclui em 2 de dezembro, será analisado o Consenso de Monterrey, aprovado em 2002. Pelo menos nas intenções, o Consenso deveria constituir um momento de união entre o Norte e o Sul do mundo, marcando também uma nova era de cooperação entre as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. (BF)







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