Nagasaki, 24 nov (RV) - Realizou-se nesta segunda-feira, em Nagasaki, no Japão,
a cerimônia de beatificação de 188 mártires japoneses do século XVII. Cerca de trinta
mil pessoas participaram da cerimônia realizada no estádio de baseball de Nagasaki.
A celebração foi presidida pelo cardeal Seiichi Peter Shirayanagi, arcebispo
emérito de Tóquio e a fórmula de beatificação foi proferida pelo prefeito emérito
da Congregação das Causas dos Santos, cardeal José Saraiva Martins, que ressaltou
que "a fidelidade dos mártires é um sinal da doutrina vital da Igreja, visto que o
martírio é o pleno exercício da liberdade humana e ato supremo de amor".
O
arcebispo de Nagasaki, dom Joseph Mitsuaki Takami, definiu a beatificação como "um
evento de graça". O prelado espera que a "beatificação possa ser uma ocasião a fim
de que o povo japonês possa redescobrir a importância da fé". Além disso, dom Takami
ressaltou que tal evento "oferece à Igreja no Japão a oportunidade de encontrar o
tesouro escondido na história do cristianismo em terra nipônica".
O arcebispo
sublinhou ainda que Pe. Pedro Kibe, sacerdote da Companhia de Jesus, e seus companheiros
deixam aos cristãos e aos não-cristãos uma mensagem rica de conteúdos como: perseverar
na fé em Deus, único capaz de salvar a humanidade, cultivar sempre a liberdade religiosa,
que é um dos direitos humanos fundamentais, ter um comportamento não-violento diante
das perseguições.
Os novos bem-aventurados japoneses foram martirizados por
causa da fé entre 1603 a 1639. Entre eles estão muitas mulheres, crianças, idosos,
inteiras famílias e também Pe. Thomas Kintsuba Jiyoe, filho de catequistas cristãos,
também martirizados.
Pouco antes da cerimônia de hoje, o cardeal Saraiva Martins
visitou o monumento da bomba atômica em Nagasaki, onde depôs uma coroa de flores.
(MJ)