BENTO XVI: O AMOR PELOS ÚLTIMOS SERÁ O CRITÉRIO DO JUÍZO FINAL
Cidade do Vaticano, 22 nov (RV) - Bento XVI recebeu na manhã deste sábado,
na Sala Paulo VI, no Vaticano, mais de três mil fiéis da arquidiocese italiana de
Amalfi–Cava de' Tirreni, presentes em Roma para a peregrinação com as relíquias de
seu padroeiro, Santo André, que desde o século IV se encontram na cripta da catedral
de Amalfi.
Na vigília da festa de Cristo Rei, o papa convidou a dirigir o
olhar a Jesus, Senhor do universo, "Pastor bom, pronto a cuidar das suas ovelhas dispersas":
"Ele vai em busca, com paciência, da ovelha perdida e cuida da ovelha doente. Somente
n'Ele podemos encontrar a paz que Ele nos conquistou com o seu sangue, carregando
sobre Si os pecados do mundo e obtendo para a nós a reconciliação".
Cristo
é Pastor bom e misericordioso, mas também Juiz justo, que no juízo final vai separar
os bons dos malvados. Mas o critério do juízo é decisivo: "Este critério é o amor,
a caridade concreta para com o próximo, em especial com os 'pequeninos', com as pessoas
que se encontram em dificuldade: famintos, sedentos, estrangeiros, despidos, doentes,
encarcerados. O rei declara solenemente a todos aquilo que fizeram ou não fizeram
com eles, aquilo que fizeram ou não fizeram a Ele mesmo. Isto é, Cristo se identifica
com os seus 'irmãos menores', e o juízo final consistirá em prestar contas do que
aconteceu na vida terrena".
E é isso que interessa a Deus, disse o Papa. Ele
não se importa com a realeza histórica, mas quer reinar no coração das pessoas e,
a partir daí, sobre o mundo: Ele é rei de todo o universo, mas o ponto crítico, o
lugar onde o seu reinado corre perigo é o nosso coração, porque ali Deus se encontra
com a nossa liberdade:
"Nós, e somente nós, podemos impedi-Lo de reinar sobre
nós mesmos e, portanto, podemos ser um obstáculo para a sua realeza no mundo: na família,
na sociedade, na história. Nós, homens e mulheres, temos a faculdade de escolher com
quem queremos nos aliar: se com Cristo e com os seus anjos, ou com o diabo e os seus
adeptos, para usar a mesma linguagem do Evangelho. Cabe a nós decidir se praticar
a justiça ou a injustiça, se abraçar o amor e o perdão ou a vingança e o ódio homicida.
Disso depende a nossa salvação pessoal, mas também a salvação do mundo."
Por
isso, Jesus quer associar-nos à sua realeza, nos convida a colaborar para o advento
do seu Reino de amor, de justiça e de paz: "Cabe a nós responder a Jesus não com as
palavras, mas com os fatos. Escolhendo a via do amor pelo próximo, nós permitimos
que Ele estenda o seu poder no tempo e no espaço". (BF)