2008-11-21 11:55:08

IGREJA CATÓLICA: DIÁLOGO E PASTORAL JUNTO AOS IMIGRANTES


Bancoc, 21 nov (RV) - Foi publicado ontem o documento final do primeiro Congresso asiático de pastoral para migrantes e itinerantes. O encontro se realizou recentemente na capital tailandesa e teve a participação do presidente e do secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, cardeal Renato Martino e do arcebispo Agostino Marchetto.

O documento aponta que para aperfeiçoar a pastoral junto aos imigrantes e refugiados na Ásia, é preciso desenvolver três níveis de diálogo: com os imigrantes, com os pobres e com as culturas e religiões.

A cada ano, cerca de 200 milhões percorrem as rotas da imigração: adultos e mulheres em busca de trabalho, jovens que aspiram estudos de melhor qualidade ou simplesmente pessoas que fogem de situações de vários tipos de violência. Para a Igreja, esta massa humana é uma ‘nova área profética’ à qual deseja reservar solidariedade e atenção pastoral.

A Ásia é uma das regiões do mundo onde as conseqüências degradantes dos movimentos migratórios são mais evidentes. O documento indica cinco elementos preocupantes a serem avaliados: a defesa da unidade e do bem- estar familiar, a promoção de alternativas para as migrações forçadas; os aspectos positivos e negativos das migrações por motivos de trabalho, a gestão dos impactos do desenvolvimento das migrações, e enfim, o drama da luta com o tráfico de seres humanos e a defesa de suas vítimas. Neste último caso, é preciso ainda considerar as ‘novas escravidões’, que envolvem milhões de migrantes e refugiados e suas famílias: crianças-soldado, vítimas da prostituição, pessoas obrigadas a trabalhos forçados.

Para limitar o impacto deste quadro de abusos, devem ser implementados ‘regimes de proteção aos direitos dos sobreviventes do tráfico’, ou seja, assistência psíquico-social, ajuda legal e reintegração, principalmente nos casos em que as vítimas colaboram na identificação dos traficantes.

A Igreja, por sua vez, tem o dever de abrir novos caminhos de esperança para os que sofrem e se desesperam. O fato de que os estrangeiros sejam continuamente ameaçados e vivam em situações arriscadas, aumenta ainda mais a responsabilidade da Igreja em promover a cultura do acolhimento.

A Igreja deve se empenhar também em interpretar as esperanças dos migrantes com uma ‘visão teológica’, descobrindo ‘novas respostas nos campos da atenção pastoral’.

Mais uma vez, segundo o magistério vaticano sobre o tema, o documento final recorda a relação entre a Igreja de origem e a Igreja de destino dos imigrantes; solicita a instauração de um ministério familiar para os migrantes em ambas as Igrejas, a fim de fornecer uma resposta eficaz às necessidades daqueles que optaram ou foram obrigados a imigrar. (CM)








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