Jerusalém, 20 nov (RV) - Teve inicio em Jerusalém a colheita das olivas do
Getsêmani. As olivas recolhidas serão em parte exprimidas na abadia cisterciense de
Latroun e o seu óleo será utilizado nas lâmpadas dos santuários. Os caroços serão
entregues a algumas famílias de Beit Sahour para fazerem terços. O trabalho de descaroçar
as olivas é feito totalmente a mão. O que sobra da polpa torna-se óleo, que será
oferecido aos peregrinos em pequenos frascos. Este ano a colheita no Getsêmani será
muito boa, apesar da pouca chuva. Estima-se que as oliveiras deste horto tenham mais
de 2 mil anos.
O cuidado dessas árvores milenares está a cargo da comunidade
Vida Nova de Nazaré, uma pequena comunidade composta por árabes cristãos, de diferentes
confissões, que trabalham e rezam pela unidade da Igreja. “Pedimos aos franciscanos
que nos permitissem fazer este trabalho pois se trata do sinal da nossa encarnação
e nós que vivemos em Nazaré, vivemos esta espiritualidade da encarnação – explica
o porta-voz da comunidade. Em Nazaré, Maria disse: Fiat, seja feita a vossa vontade.
Aqui neste jardim, Jesus deu o “Fiat, seja feita a vossa vontade”.
“Esses
dois Fiat, esses dois entregar-se à vontade de Deus, nos deram a salvação”, continua
o porta-voz. “A nossa espiritualidade – acrescenta – é fundada sobre essa frase do
Evangelho de João: “Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos irmãos”.
Encarnamos, não só espiritualmente, neste Lugar Santo, o modo como a oliva dá todo
o seu óleo, no desejo de entrega total, até a última gota de sangue. As oliveiras
que a Custódia da Terra possui na colina do Getsêmani são cuidadas por membros do
grupo ecumênico de Teologia da Libertação palestina (Sabeel). (SP)