PAPA: QUE OS MOSTEIROS SEJAM OÁSIS DE VIDA ASCÉTICA
Cidade do Vaticano, 20 nov (RV) - Bento XVI recebeu nesta quinta-feira, no
Vaticano, 60 participantes da Plenária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada
e as Sociedades de Vida Apostólica.
O papa recordou que a Congregação vai comemorar
no próximo dia 22 seus 100 anos de fundação, com um Congresso intitulado: "Cem anos
a serviço da vida consagrada". A Congregação foi criada em 29 de junho de 1908 por
obra do papa S. Pio X.
Bento XVI destacou que a tarefa primordial da Congregação
é amparar e custodiar a fidelidade ao chamado divino. Este serviço da Congregação
foi ainda mais assíduo depois do Concílio Vaticano II, com o esforço de renovação,
seja na vida, seja na legislação, de todos os Institutos religiosos e seculares e
das Sociedades de vida apostólica.
Sobre o tema da Plenária, "A vida monástica
e o seu significado na Igreja e no mundo de hoje", o papa evidenciou a finalidade
simples e, ao mesmo tempo, essencial do monaquismo: quaerere Deus, isto é, buscar
Deus e buscá-lo por meio de Jesus Cristo, buscá-lo fixando o olhar sobre as realidades
invisíveis que são eternas, na espera da manifestação gloriosa do Salvador.
Para
o papa, a expressão de Sto. Agostinho "Não antepor nada a Cristo", que a Regra de
S. Bento retoma, expressa muito bem o tesouro precioso da vida monástica praticada
até hoje seja no Ocidente, seja no Oriente cristão. Em virtude do primado absoluto
reservado a Cristo, os mosteiros são chamados a ser locais para a celebração da glória
de Deus, onde se adora e se canta a misteriosa, mas real presença divina no mundo,
onde se busca viver o mandamento novo do amor e do serviço recíproco.
Assim,
o monaquismo pode constituir para todas as formas de vida religiosa e de consagração
uma memória daquilo que é essencial e tem o primado em toda a vida batismal: buscar
Cristo e nada antepor ao seu amor.
O papa falou ainda da Assembléia geral do
Sínodo dos Bispos, realizada recentemente no Vaticano, que convidou de modo especial
as comunidades religiosas e os homens e as mulheres consagrados a fazerem da Palavra
de Deus o alimento cotidiano, em especial por meio da prática da lectio divina.
Caros
irmãos e irmãs, quem entra em um mosteiro busca um oásis espiritual para aprender
a viver como verdadeiros discípulos de Jesus em serena e perseverante comunhão fraterna.
Este é o testemunho que a Igreja pede ao monaquismo também neste nosso tempo.
"Que
os mosteiros sejam sempre mais oásis de vida ascética, onde se sente o fascínio da
união esponsal com Cristo e onde a escolha pelo Absoluto de Deus está envolvida por
um constante clima de silêncio e contemplação", concluiu o papa. (BF)