CONTINUAM AS NEGOCIAÇÕES PARA A LIBERTAÇÃO DE DUAS RELIGIOSAS SEQUESTRADAS NO QUÊNIA
Nairóbi, 19 nov (RV) - Continua-se a trabalhar na mais estreita reserva para
libertar Caterina Giraudo (67 anos) e Maria Teresa Olivero (61), as duas religiosas
italianas seqüestradas no último dia 9 de novembro no Quênia por homens armados e
provavelmente levadas para a Somália. Sobre as duas irmãs sabe-se que estão bem, como
referiu três dias atrás o funcionário do governo, Josefant Maingi.
Teriam
sido iniciados contatos com os seqüestradores através de líderes tribais de El Wak.
Um trabalho muito delicado que exclui a hipótese de uma ação armada, hipótese lançada
pelo jornal queniano “The Standard”, que citou o porta-voz do exército do Quênia,
Ongeri. Segundo ele as tropas quenianas estariam “prontas a intervir contra os milicianos”,
se as duas religiosas e o motorista que as acompanhava não fossem libertados imediatamente.
Sobre
a questão interveio também o ministro do Exterior Italiano, Franco Frattini, que desmentiu
com firmeza a hipótese de uma ação do exército queniano, pois seria muito perigoso,
especialmente se anunciado antes. Entretanto se multiplicam os apelos pela libertação
das duas religiosas e de todos os agentes humanitários nas mãos de grupos de seqüestradores
somalis.
Último em ordem de tempo é o apelo de Nino Sergi, secretário geral
da organização não governamental Intersos, que aproveitou a ocasião para pedir que
a “política e os meios de comunicação abram os olhos sobre a realidade da Somália”.
Sergi denuncia “o crescente desinteresse da comunidade internacional, com exceção
de algumas iniciativas, e a escolha de fechar os olhos diante da gravidade dos fatos:
um país por dezoito anos sem Estado, abandonado a si próprio, na sua pobreza, na mais
total desagregação social, nas mãos de prepotentes e com as portas abertas a quaisquer
atividades ilícitas”.
Como ONG, afirma Sergi, “não pretendemos abandonar a
Somália”. “Também a cooperação iniciada pelos Governos e pelas agências internacionais
deve continuar, afirma ainda o secretário da ONG. É necessário pensar no papel das
Nações Unidas na região e repensar nas escolhas e no compromisso dos países membros”,
entre os quais a Itália. Segundo Sergi também é necessário “valorizar o já positivo
papel da Europa” e apoiar as iniciativas regionais africanas. (SP)