TIBETE: APERTO EM DHARAMSALA CONGRESSO DE EXILADOS SOBRE O FUTURO DA NAÇÃO
Nova Délhi, 17 nov (RV) – Foi inaugurado neste segunda-feira, em Dharamsala,
norte da Índia, com a presença do Dalai Lama Tenzin Gyatso, o congresso que reúne
cerca de 500 representantes da política e da sociedade civil do Tibete _ que se encontram
no exílio, espalhados pelo mundo _ convocados para discutir, de hoje até o próximo
dia 22, sobre o futuro do Tibete e para estabelecer uma nova estratégia de autonomia,
após os insucessos na relações com a China, reconhecidos até mesmo pelo Dalai Lama.
Trata-se da mais numerosa reunião da comunidade tibetana nos últimos 60 anos.
A
"Kashag" _ órgão executivo do governo tibetano no exílio _ deu as boas-vindas a todos
aqueles que decidiram acorrer ao convite para participar desta reunião especial e,
num comunicado oficial, esclarece eventuais equívocos sobre as razões que fizeram
com que o Dalai Lama a convocasse.
"Algumas pessoas _ lê-se no comunicado _
dizem que esta reunião especial seja fruto de uma estratégia política, outros dizem
que com este encontro, a administração central tibetana pretende responsabilizar os
outros pela falência dos colóquios sino-tibetanos. Foi dito até mesmo que a administração
central tibetana estaria intencionada a mudar sua política. Aqueles que fazem tais
especulações não estão conscientes da realidade."
"Nós sempre fomos muito transparentes
_ afirma ainda o comunicado _ jamais pressionamos alguém e assumimos a responsabilidade
pelos resultados dos colóquios sino-tibetanos. No que diz respeito a uma mudança de
política, isso será decidido pelo povo tibetano, com base nas aspirações coletivas
do mesmo."
"Os principais objetivos desta reunião especial _ conclui o comunicado
da "Kashag" _ são discutir abertamente sobre a problemática do Tibete, num momento
histórico crucial, e avaliar as opiniões e pontos de vista relativos à política da
administração central tibetana."
Na última sexta-feira, o Dalai Lama enviou
uma mensagem a todos os tibetanos, explicando os motivos da convocação desta reunião
especial e reafirmando _ no âmbito da luta tibetana em favor de sua autonomia da China
_ a sua posição de não-violência, baseada na "terceira via" ensinada por Buda. (AF)