G20: Reformar as instituições financeiras, potenciar a cooperação internacional, recuperar
a confiança nos mercados
(16/11/2008) Os líderes dos países mais industrializados do mundo e emergentes (G20),
reunidos em Washington, estão empenhados em encontrar medidas de regulação dos mercados
financeiros. O “plano de acção”, que será desenhado até Março, deverá ter cinco linhas
condutoras: reforçar a transparência e a responsabilidade dos mercados, promover uma
forma de regulação eficaz e harmonizada, garantir a integridade dos mercados, potenciar
a cooperação internacional e reformar as principais instituições financeiras internacionais.
Apesar
de as medidas terem de ser encontradas até 31 de Março, o Presidente francês, Nicolas
Sarkozy sugeriu que o próximo encontro do G20 se realizasse em Londres, já que a Grã-Bretanha
presidirá o grupo dos principais países industrializados e emergentes em 2009. De
acordo com o comunicado emitido no final do encontro deste sábado, a próxima reunião
deverá acontecer a 30 de Abril, já sem o Presidente cessante Bush, visto que Obama
toma as rédeas da Casa Branca a 20 de Janeiro.
O G20 chegou a acordo sobre
a necessidade de se relançar de forma coordenada e concertada a acção económica. É
neste contexto que surge o esperado “plano de acção” com uma lista de medidas prioritárias
que devem ser estipuladas até 31 de Março de 2009.
Na primeira parte do documento
apresentado no final da cimeira, com cinco páginas, o G20 apela à intensificação dos
esforços governamentais para relançar as economias nacionais, cooperar na regulação
internacional do sistema financeiro, reformar as estruturas globais de ajuda aos países
em desenvolvimento e rejeitar o proteccionismo. Com o objectivo de prevenir uma crise
semelhante à presente, os ministros das Finanças do G20 serão confrontados com recomendações
específicas para harmonizarem os padrões internacionais de regras contabilísticas.
A
segunda parte do documento - igualmente com cinco páginas - rotulada de "plano de
acção", contempla medidas para melhorar a transparência e responsabilidade, a regulação
e a confiança nos mercados, o fortalecimento da cooperação e a reforma das instituições
internacionais No encontro ficou também decidido que os países em desenvolvimento
serão representados no seio do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. O
Fórum de Estabilidade Financeira é outra estrutura que os países reunidos sentem que
é importante abrir às economias emergentes.
O grupo quer também conseguir,
antes do fim do ano, um acordo com a Organização Mundial do Comércio, sobre a liberalização
das trocas mundiais Nas últimas semanas a China foi criticada por tomar medidas
para apoiar as suas exportações, um dos principais motores da economia do país, para
fazer face à desaceleração da procura mundial.