Eleições legislativas na Guiné Bissau á procura de estabilidade
(16/11/2008) Cerca de meio milhão de eleitores inscritos são hoje chamados às urnas
na Guiné-Bissau, para as eleições legislativas. O novo Governo substituirá o executivo
de gestão liderado por Carlos Correia, que apenas durou três meses.
A comunidade
guineense na diáspora não vota (apesar de estar previsto na lei, apenas votaram em
1999), ficando o Parlamento incompleto, uma vez que não serão eleitos os dois deputados
que corresponderiam aos guineenses a viver em países europeus e africanos. Apenas
se preenchem 100 lugares.
Em período de campanha eleitoral na Guiné Bissau
foram várias as candidaturas que se acusaram mutuamente de estarem a beneficiar do
dinheiro do narcotráfico; designadamente do contrabando de cocaína latino-americana
que passa pela África Ocidental a caminho da Europa.
No caso de o Partido da
Renovação Social vencer, a sua primeira decisão seria "prender todos os traficantes
de droga e entregá-los à comunidade internacional para serem julgados", declarou Kumba
Ialá ao reconhecer que o problema do narcotráfico "coloca em causa a continuidade
do Estado", conforme as Nações Unidas já têm admitido.
A participação neste
acto eleitoral de 19 partidos e duas coligações "é excessiva", no entender do embaixador
aposentado Inácio Semedo Júnior, a residir em Portugal. Só cinco das listas se lhe
apresentam com alguma credibilidade e possibilidade de conseguirem eleger deputados.
A quantidade de partidos é tanto mais excessiva quando se trata de um país que vem
nos últimos lugares do Índice de Desenvolvimento Humano elaborado pela ONU.
Depois
destas eleições, os guineenses terão as presidenciais de 2010; e é porventura já a
pensar nelas que o chefe de Estado, Nino Vieira, tem tido uma posição algo ambígua
quanto ao actual jogo de forças.