PLENÁRIA DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA OS LEIGOS ENCERRA TRABALHOS SOBRE A "CHRISTIFIDELES
LAICI"
Cidade do Vaticano, 15 nov (RV) – Conclui-se, hoje, no Vaticano, a XXIII Assembléia
plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, que durante três dias de trabalhos,
abordou o tema: «Após 20 anos da “Christifidelis laici”: memória, desenvolvimento,
novos desafios e tarefas».
O presidente do organismo vaticano, cardeal Stanislaw
Riłko, analisou a situação atual das sociedades ocidentais, caracterizadas pela ditadura
do relativismo, e denunciou a aparição de um “novo anti-cristianismo, que faz passar,
por politicamente correto, o ataque a cristãos, em particular aos católicos”.
“Para
os cristãos, disse o cardeal, chegou o momento de libertar-se do falso complexo de
inferioridade para com o chamado mundo leigo, para poderem ser valentes testemunhas
de Cristo. Hoje, quem quer viver e atuar segundo o Evangelho de Cristo deve pagar
um preço, inclusive nas sociedades liberais. Está ganhando espaço a pretensão de se
criar um homem novo, completamente desarraigado da tradição judaico-cristã, uma nova
ordem mundial”.
O problema, explicou o cardeal Rylko, “não é ser uma minoria,
mas o de ter-nos transformado em marginais, irrelevantes. Por isso, chegou a hora
dos leigos, de sua responsabilidade nos diversos âmbitos da vida pública, desde a
política à promoção da vida e da família, do trabalho à economia, da educação à formação
dos jovens”.
Esta intuição do Concílio Vaticano II foi desenvolvida na exortação
apostólica “Christifideles laici”, de João Paulo II, que representa, há vinte anos,
um verdadeiro “vade mecum” para toda a Igreja.
Neste sentido, o cardeal Angelo
Scola, assinalou, em seu pronunciamento, que o conceito de laicidade marca “uma nova
etapa no diálogo com o mundo contemporâneo”, e defendeu o necessário testemunho cristão
na política.
“Os leigos – concluiu o cardeal Scola, são chamados a buscar,
pouco a pouco, uma justa ordem social. É uma tarefa intensa que cabe a eles, tanto
na vida pessoal como comunitária, que supõe assumir de forma corajosa e criativa sua
missão evangelizadora”. (MT)