Nicósia, 15 nov (RV) – Amanhã, domingo, será inaugurada, no Centro Esportivo
da Universidade de Chipre, a reunião anual de representantes religiosos, organizada
pela Comunidade romana de Santo Egidio.
O evento, que terá como tema “A civilização
da paz: religiões e culturas em diálogo”, realiza-se em cooperação com a Igreja Ortodoxa
do Chipre, 22 anos depois o histórico Dia Mundial da Oração pela Paz, convocado por
João Paulo II, na cidadezinha de São Francisco de Assis.
O encontro “Homens
e Religiões” reunirá durante três dias, chefes de Estado da Europa, África e América
Central e mais de 200 personalidades religiosas e leigas, cardeais, patriarcas, primazes
de Igrejas cristãs, o rabino chefe de Israel, Yona Metzger, e o conselheiro do rei
dos Emirados Árabes Unidos, além de líderes de outras confissões.
Confirmaram
presença, entre outros, o presidente do Chipre, o grão-duque de Luxemburgo e os presidentes
de Montenegro, Malta, Albânia e Bósnia-Herzegovina.
O presidente da comunidade
de Santo Egidio, Marco Impagliazzo, destacou alguns motivos que levaram a escolher
esta ilha do Mediterrâneo como sede do encontro, depois do último encontro, que se
realizou em Nápoles, ano passado, que contou com a participação de Bento XVI.
O
presidente Impagliazzo, disse: “Vamos reunir-nos num lugar de divisão. Infelizmente,
na ilha do Chipre ainda se levanta um muro entre a parte greco-cipriota e a parte
turco-cipriota. É o último muro que resta na Europa. Esperemos que a presença de peregrinos
da paz, que rezam pela paz, possa servir para contribuir para derrubar pelo menos
parte deste muro”. A ilha se encontra dividida em duas, após a intervenção militar
turca em 1974.
Marco Impagliazzo considera muito significativo também que o
encontro aconteça a convite da Igreja Ortodoxa do país, que representa “um passo no
diálogo ecumênico”. Ele espera que este encontro dê um novo impulso ao diálogo entre
as religiões e as culturas, “porque este diálogo pode ajudar o mundo a melhorar, sobretudo
as regiões em conflito”.
A complicada situação política entre a Turquia e Chipre
não permitiu a participação do patriarcado ecumênico de Constantinopla. Por este motivo
estarão ausentes os representantes islâmicos e judaicos da Turquia. (MT)