Republica Democrática do Congo: uma tragédia humanitária
(11/11/2008) "Catástrofe humanitária" é a síntese feita por vários ministros dos
Negócios Estrangeiros da Europa, a propósito da situação na República Democrática
do Congo. Enquanto isso, a guerra continua e tende a alastrar. Os ministros europeus
também condenaram "firmemente" as violações "inaceitáveis" dos direitos humanos, entre
elas os abusos sexuais e o recrutamento de menores de idade como soldados, que se
estão a vulgarizar no país. Para o ministro do Luxemburgo, Jean Asselborn, a RD
do Congo "é agora o problema mais crucial, sejam quais forem a vertentes de análise"
porque, afirma, "se nada for feito com urgência o conflito pode causar uma catástrofe
com milhões de mortos". Jean Asselborn afirmou que a UE poderia enviar mais tropas,
especialmente para tarefas logísticas e humanitárias, mas que a prioridade é que seja
a missão da ONU a reforçar o seu papel militar. Os ministros concordaram que a
ONU deve aprovar um novo mandato que reforce a capacidade de acção de sua missão no
país. A escalada dos combates na província de Kivu-Norte, na fronteira com Ruanda,
e a crescente participação de países vizinhos nas tentativas de pacificação lembram
a guerra civil de 1998-2003, que também envolveu diversos Exércitos vizinhos. O
líder rebelde, general Laurent Nkunda cuja guerrilha da etnia tutsi enfrenta as tropas
regulares do Congo e as milícias ruandesas das etnias hutu e mai-mai, disse que "só
aceitaria a presença militar estrangeira se ela fosse parte de uma força imparcial
para pacificar a região". A ONU já mantém no Congo a maior força de paz do Mundo,
com 17 mil soldados, mas pretende enviar outros 3 mil, pois o actual contingente revela-se
demasiado pequeno para actuar num país do tamanho da Europa Ocidental e onde há inúmeros
grupos armados.