Manila, 11 nov (RV) - O papa garante as suas orações para a população de Mindanao.
O anúncio foi feito por Amina Rasul-Bernardo, membro do Conselho Filipino para o Islã
e a Democracia (PCID) e única mulher que integrou a delegação islâmica no Fórum católico-muçulmano,
que se realizou no Vaticano de 4 a 6 de novembro.
Aproveitando o momento em
que Bento XVI saudou pessoalmente os participantes do Fórum, Amina falou com o papa
que tinha uma carta da parte dos habitantes muçulmanos do Estado de Bangsamoro, de
maioria islâmica. Nela, pediam a ajuda do pontífice para pôr fim na crise humanitária
em Mindanao e convencer o governo e os rebeldes a iniciar o processo de paz. Segundo
Amina, a resposta do papa foi: "Rezarei por vocês".
A carta dirigida a Bento
XVI foi entregue ao presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso,
Card. Jean-Louis Tauran. Na missiva, pede que a secretaria de Estado tome iniciativas
a respeito: "Nós esperamos que o papa possa ajudar-nos a restabelecer a paz e a justiça
entre nossos irmãos e irmãs de Mindanao, expressando preocupação pela crise humanitária
e fazendo um apelo pela proteção de todos os civis. A carta pede ainda que Bento XVI
convença o governo e os rebeldes a negociarem".
Por outro lado, o assessor
de imprensa da presidente Gloria Macapagal-Arroyo, Jesus Durezza, afirmou que não
era necessário pedir ao papa que intercedesse para acabar com o conflito em Mindanao.
Ele declarou que enquanto o exército continua a perseguir os responsáveis pelos ataques
e roubos na região, a retomada das negociações permanece como máxima prioridade da
presidente Arroyo.
Entretando, verificou-se ontem um novo confronto entre as
forças governamentais e a Frente Moro de Libertação, que provocou a morte de 10 rebeldes
no distrito de Lanao. O conflito na região dura quase 20 anos. (BF)