Roma, 06 nov (RV) - Depois da audiência com o Santo Padre, ocorreu o último
ato do Fórum católico-muçulmano, com a leitura na Pontifícia Universidade Gregoriana,
em Roma, da declaração final.
Nesta declaração, estão elencados os pontos de
semelhanças e divergências que emergiram durante o encontro.
Como reiterado
pelo papa esta manhã, para os cristãos, a fonte e o exemplo do amor a Deus e ao próximo
é o amor de Cristo por seu Pai, pela humanidade e por cada pessoa. Para os muçulmanos,
o amor é o poder transcendente e eterno que guia e transforma as visões que são comuns
à humanidade. Como indicou o Profeta Maomé, o amor a Deus é prioritário na vida do
homem.
Entre os pontos convergentes, católicos e muçulmanos afirmam que a vida
humana é o dom mais precioso de Deus para cada pessoa. Este dom deve ser protegido
e honrado em todas as suas fases.
A criação da humanidade inclui dois aspectos:
o homem e a mulher, e ambos gozam da mesma dignidade e do mesmo respeito. Sobre as
minorias religiosas, são dignas de respeito em suas manifestações práticas e teóricas.
Portanto, seus símbolos não podem ser expostos a qualquer forma de ridicularização.
"Nenhuma
religião e seus seguidores podem ser excluídos da sociedade", declaram ainda católicos
e muçulmanos. E jamais culturas, civilizações, idiomas e populações devem ser causa
de tensão ou conflito.
Católicos e muçulmanos são chamados a serem instrumentos
de amor e harmonia, renunciando a qualquer opressão, agressão e terrorismo, especialmente
se cometido em nome da religião.
Os fiéis de ambas as religiões devem trabalhar
por um sistema financeiro ético, em que seus mecanismos reguladores considerem a situação
dos pobres e dos desfavorecidos, seja enquanto indivíduos, seja como nações endividadas.
Fiéis e pessoas de boa vontade têm que trabalhar para aliviar quem padece a fome e
eliminar suas causas.
Os participantes do Fórum estão avaliando a possibilidade
de estabelecer um comitê católico-muçulmano permanente para coordenar a resposta a
conflitos e outras situações de emergência.
O segundo seminário será realizado
daqui a aproximadamente dois anos em um país de maioria muçulmana, a ser ainda definido.
(BF)