Norte Kivu, 04 nov (RV) - Momentos de expectativa no conflito no Norte Kivu,
a região ocidental do Congo onde há meses se enfrentam os rebeldes, liderados pelo
general ‘Nkunda, e as tropas do governo. A guerrilha está acampada às portas da cidade
de Goma e parece que de um momento para outro pode cair nas mãos dos rebeldes. Entretanto,
é gravíssima a emergência humanitária. Para os mais de 1 milhão e 600 mil refugiados
– segundo fontes européias – estão chegando as primeiras ajudas internacionais entre
mil dificuldades.
Por sua vez, se multiplicam os apelos à paz no Norte Kivu,
sobretudo pela preservação das crianças. Apesar da ordem de evacuação imposta às principais
organizações humanitárias por motivos de segurança, continua o trabalho dos voluntários
do VID, Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento e dos salesianos no centro
Dom Bosco de Goma. No momento são 500 as crianças, na maioria órfãos de guerra, hospedados
na estrutura, onde todos os dias chegam deslocados, mulheres grávidas e anciãos.
Entretanto,
o arcebispo da capital, Kinshasa, Dom Laurent Monsengwo Pasinya, expressou sua dor
com a retomada da guerra e pediu o respeito dos acordos alcançados. Sobre a responsabilidade
pelo conflito, o prelado acusa o exército, os grupos armados e as potências estrangeiras.
Dirigindo-se aos rebeldes (Forces Democratiques de Liberation du Rwanda –
rebeldes hutu refugiados no Congo e Congrés National pour la Défense du Peuple), o
arcebispo de Kinshasa afirma: "A minha mensagem é dirigida a todos. A guerra não resolve
os problema do Congo. Mesmo reconhecendo que as instituições do país têm direito de
se defender, inclusive com as armas, defender o país e seu povo, eu digo e peço a
todos que a guerra tem que acabar. Aos rebeldes digo simplesmente: este é um caminho
errado e certamente não será o caminho para que sejam os protagonistas da história
do Congo". (SP-BF)