Protecção e promoção dos direitos humanos, num discurso do observador permanente
da Santa Sé nas Nações Unidas
(3/11/2008) No passado dia 28 de Outubro, perante a 63ª Assembleia Geral da ONU,
em Nova York, o arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé nas
Nações Unidas, proferiu um discurso sobre a protecção e promoção dos direitos humanos.
Nos últimos 60 anos, desde que foi assinada a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, o representante da Santa Sé salientou que houve progressos notáveis em várias
áreas, mas mesmo assim, muitos hoje ainda não conseguem ver respeitados os seus direitos
fundamentais.
No ano passado, pela primeira vez, a terceira comissão da ONU
apelou a favor de uma moratória da pena de morte, mas ela foi apenas o início de
todos os esforços necessários para criar uma sociedade na qual a vida seja respeitada
em todas as fases do seu desenvolvimento.
É um dever dos Estados proteger
a vida dos seus cidadãos; todavia, é necessária uma grande renovação, a todos os níveis,
para formar uma sociedade na qual o reconhecimento da dignidade e dos direitos humanos
sejam o centro das decisões políticas.
Nesta época de crise financeira em
todo o mundo, são necessários esforços suplementares para assegurar uma visão mais
humana do desenvolvimento. Ao redor do mundo, milhões de crianças não têm acesso aos
meios e instrumentos que lhes poderiam l propiciar um futuro melhor, para elas e suas
comunidades. A carência de assistência sanitária, de educação, alimentação, água e
desenvolvimento torna mais difícil às pessoas exercerem seus direitos fundamentais
– recordou o arcebispo Celestino Migliore.
A concluir louvou a entrada em
vigor da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Este documento –afirmou
–não serve apenas para promover uma maior consideração pelos portadores de deficiências,
mas principalmente para incrementar o respeito por todas as pessoas, prescindindo
das suas capacidades físicas ou mentais.