Cidade do Vaticano, 03 nov (RV) - Amanhã e depois, 4 e 5 de novembro, vai se
realizar no Vaticano o Fórum católico-muçulmano, que terá como tema "Amor a Deus,
amor ao próximo".
Expoentes católicos receberão representantes do grupo de
138 líderes islâmicos que escreveram a carta "Uma palavra comum entre nós e vós",
em outubro de 2007. A delegação é composta por sunitas e xiitas, e será guiada pelo
príncipe da Jordânia, Ghazi bin Muhammad bin Talal.
O Fórum terá lugar no Pontifício
Conselho para o Diálogo Inter-religioso. Seu presidente, Cardeal Jean-Louis Tauran,
em entrevista ao jornal francês "La Croix", afirmou que o encontro representa um novo
capítulo de uma longa história: "Não se deve dar a impressão de que este fórum marca
o início de um novo diálogo entre cristãos e muçulmanos. Na realidade, nós dialogamos
há 1.400 anos!".
O cardeal disse que este diálogo não consiste em encontrar
o denominador comum, para dizer que todos somos iguais. Mas evoca a exigência da verdade,
que, para os cristãos, é Jesus Cristo, único mediador. "O diálogo só pode ser realizado
se não houver ambigüidade. É preciso olhar o outro, ouvi-lo, estimá-lo e, depois,
afirmar a própria identidade".
Sobre liberdade religiosa, o cardeal afirmou
que se trata de uma questão de reciprocidade. "Em outras palavras, se um muçulmano
tem a possibilidade de ter um local de culto na Europa, é normal que a recíproca seja
verdadeira em países de maioria muçulmana."
Na quinta-feira, pela manhã, os
participantes serão recebidos pelo papa. À tarde, está prevista uma sessão pública
na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, durante a qual um participante católico
e um expoente muçulmano apresentarão a declaração final do Fórum. (CM/BF)