2008-11-01 18:31:48

PLENÁRIA DA PONTIFÍCIA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS: NENHUMA INCOMPATIBILIDADE ENTRE TEORIA DA EVOLUÇÃO E CRIAÇÃO


Cidade do Vaticano, 1º nov (RV) - Prossegue, no Vaticano, a sessão plenária da Pontifícia Academia das Ciências, este ano dedicada ao tema “Abordagens científicas sobre a evolução do universo e da vida”. O encontro se concluirá na próxima terça-feira, dia 4.

Ontem, sexta-feira, no discurso aos participantes, o Santo Padre ressaltou que o cosmo não é um sistema caótico, mas ordenado, no qual o homem, também com a ajuda das ciências, pode colher a presença do Criador.

Na tarde de ontem o arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schönborn, ilustrou o pensamento de Bento XVI sobre “Criação e evolução”.

O purpurado recordou que o tema da relação entre Criação e evolução sempre esteve presente no pensamento do papa Ratzinger. Ele lembrou que no verão europeu de 2006 o pontífice quis, em Castel Gandolfo, dedicar ao tema o tradicional encontro com seus ex-alunos.

O Cardeal Schönborn citou amplamente alguns discursos do então Cardeal Ratzinger, entre esses, citou o que pronunciou na Sorbonne de Paris em 1999 e no Congresso realizado em Roma em 1985 sobre o tema “Fé Cristã e Teoria da Evolução”.

O arcebispo de Viena ressaltou que nesses pronunciamentos Bento XVI exorta os homens de ciência a alargarem o horizonte da razão. Por outro lado, ressaltou o purpurado, o papa chama a atenção para um racionalismo que pretende reduzir o homem à sua dimensão biológica.

Joseph Ratzinger mostra, portanto, que não existe uma contraposição entre teoria da evolução e Criação, mas o conflito se dá, sobretudo, entre duas concepções diferentes do homem e da sua racionalidade.

Nesse contexto, o purpurado recordou que em julho de 2007, falando aos sacerdotes de Lorenzago di Cadore, no nordeste da Itália, Bento XVI reiterou que contrapor evolução e Criação “é um absurdo”.

De um lado _ explicava o papa na ocasião _, “existem muitas provas científicas em favor de uma evolução”; de outro, embora enriquecendo o nosso conhecimento da vida, essa teoria não responde à grande questão filosófica: “De onde vem tudo e como o tudo toma um caminho que leva finalmente ao homem?”.

Eis então _ afirmava o papa _ qual é a questão mais profunda: “descobrir que existe uma idéia que me precede”, e que não somos fruto do caos, mas “somos pensados”, “queridos” e amados. A nossa missão, então, é “descobrir esse sentido, vivê-lo e dar assim um novo elemento à grande harmonia cósmica pensada pelo Criador”. (RL)







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