Neste sábado, 1 de Novembro, ao meio-dia, antes do Angelus, Papa evoca todos os santos,
convidando a seguir o seu exemplo
(1/11/2008) Neste 1 de Novembro, Todos os Santos, feriado também em Itália, Bento
XVI – como é tradição aos domingos e dias santos – assomou à janela dos seus aposentos,
sobre a Praça de São Pedro, ao meio-dia, para a recitação da oração mariana do Angelus,
como sempre antecedida de uma alocução. Como num jardim onde se admira grande
variedade de plantas e de flores – observou o Papa – há um sentimento de maravilhosa
surpresa que toma posse de nós quando consideramos o espectáculo da santidade: “o
mundo aparece-nos como um jardim onde o Espírito de Deus suscitou com admirável
fantasia uma multidão de santos e santas, de todas as idades e condições sociais,
de cada língua, povo e cultura. Cada um é diferente do outro, com a singularidade
da sua personalidade humana e do carisma espiritual próprio. Mas todos levam impresso
o sigilo de Jesus, a marca do seu amor, testemunhado através da Cruz”. Bento
XVI observou que a solenidade de Todos os Santos se foi afirmando no decurso do primeiro
milénio cristão, como celebração colectiva dos Mártires. Foi assim que já no ano 609
o papa Bonifácio IV consagrou o Pantheon de Roma dedicando-o à Virgem Maria e a todos
os Mártires. “Aliás este martírio, podemos entendê-lo em sentido lato, isto é, como
amor por Cristo sem reservas, amor que se exprime no dom total de si a Deus e aos
irmãos”. Trata-se – observou ainda o Papa – do caminho das bem-aventuranças evangélicas
que a liturgia propõe neste dia. “É o próprio caminho traçado por Jesus e que os santos
e santas se esforçaram por percorrer, embora conscientes dos seus limites humanos.
Na sua existência terrena, eles foram pobres em espírito, amargurados em razão dos
pecados, mansos, com fome e sede de justiça, misericordiosos, puros de coração, operadores
de paz, perseguidos pela justiça. E Deus participou-lhes a sua própria felicidade:
puderam saboreá-la um pouco já neste mundo, e, no além, gozam-na agora em plenitude.
São agora consolados, herdeiros da terra, saciados, perdoados, vêem a Deus. Numa palavra:
deles é o Reino dos céus. Neste dia sentimos reavivar-se em nós a atracção
em direcção ao Céu, que nos leva a apressar o passo da nossa peregrinação terrena.
Sentimos acender-se nos nossos corações o desejo de nos unirmos para sempre à família
dos santos, de que temos desde já a graça de fazer parte”.