VOCAÇÃO SACERDOTAL: AJUDA DA PSICOLOGIA NO DISCERNIMENTO VOCACIONAL
Cidade do Vaticano, 30 out (RV) - Realizou-se esta manhã, no Vaticano, a coletiva
de imprensa para a apresentação do novo documento da Congregação para a Educação Católica.
O documento é intitulado: "Orientações para a utilização das competências psicológicas
na admissão e na formação dos candidatos ao sacerdócio".
A finalidade do documento
é disciplinar a aplicação das ciências psicológicas no processo de discernimento dos
candidatos ao sacerdócio, para que sejam realmente úteis. Não se trata de confiar
ao psicólogo a formação ao sacerdócio, que é e permanece essencialmente de natureza
espiritual, mas valorizar o que as ciências humanas, em especial as psicológicas,
podem oferecer como contribuição à preparação de sacerdotes com personalidades humanamente
equilibradas.
O documento analisa alguns empecilhos para o sacerdócio, como
fortes dependências afetivas, excessiva rigidez de caráter, falta de lealdade e identidade
sexual incerta. Cada problema requer uma solução diferente, que pode envolver psicólogo,
psiquiatra, psicoterapeuta, psicoanalista. As ciências psicológicas devem ajudar no
discernimento, integrando-se ao quadro da global formação dos candidatos, mas jamais
devem substituir os formadores do seminário.
Para o sacerdote Carlo Bresciani,
psicólogo e consultor da Congregação, "os problemas a respeito são muitos e diversificados.
Justamente por isso, na hora do discernimento, é importante estar aberto ao transcendente,
compreender e compartilhar os valores próprios da antropologia cristã e compartilhar,
por exemplo, o sentido e a importância da castidade. Isso pode contribuir a ajudar
um caminho vocacional".
Sobre o argumento, o secretário da Congregação, mons.
Jean-Louis Brugués, afirmou que "muitas vezes os problemas não aparecem na adolescência,
mas se manifestam com a idade. Por isso, o tipo de ajuda deve ser de acordo com o
problema que se apresenta". (BF)