2008-10-30 18:47:20

VERDADEIRA LIBERDADE DO HOMEM NORTEIA DISCURSO DO PAPA À NOVA EMBAIXADORA DO CANADÁ JUNTO À SANTA SÉ


Cidade do Vaticano, 30 out (RV) - O exercício da liberdade não é um valor absoluto, mas deve estar ligado às suas origens divinas e à lei moral natural: caso contrário, conduz a um enfraquecimento do conceito de ser humano. Foi o que disse o Santo Padre no discurso à nova embaixadora do Canadá junto à Santa Sé, Anne Leahy, recebida esta manhã, no Vaticano, para a apresentação de suas credenciais.

Em seu discurso à referida diplomata, o papa ressaltou que o catolicismo representou um marco essencial para a construção da sociedade canadense. O pontífice recordou que daqui a alguns meses serão celebrados os 40 anos de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Canadá, mas que na realidade os laços profundos têm vários séculos.

O Santo Padre citou as palavras de João Paulo II, que fez três visitas apostólicas ao Canadá; a última por ocasião do Dia Mundial da Juventude, em 2002. Os canadenses _ dissera o papa polonês _ são os herdeiros de um humanismo extraordinariamente rico, graças à associação de muitos elementos culturais diversos.

Bento XVI ressaltou que o ponto focal de tudo isso está na concepção espiritual e transcendente da vida, fundada na revelação cristã.

Daí nasce uma tradição de compromissos internacionais _ explicou o papa: a disposição às colaborações multilaterais para a resolução de problemas internacionais, em nome da paz e da reconciliação; com exemplos concretos como o compromisso pela Convenção pelo banimento das minas anti-homem, que teve sucesso particular; e a contribuição para a estabilização da situação na região dos Grandes Lagos, na África.

Congratulando-se por tudo isso, o pontífice expressou sua preocupação pelos sinais de algumas mudanças em andamento também no Canadá, no sentido do enfraquecimento do conceito de ser humano.

Nesse ponto de seu discurso à embaixadora do Canadá junto à Santa Sé, Bento XVI falou claramente de “defesa e promoção da vida e da família fundada no matrimônio”, convidando os canadenses a refletirem sobre tudo isso partindo do conceito de liberdade.

O exercício da liberdade _ disse _ é muitas vezes invocado para justificar distorções. É concebido “somente como valor absoluto, como um direito inalienável do indivíduo, ignorando _ acrescenta o pontífice _ as origens divinas da liberdade e da sua dimensão comunitária”.
-“O exercício da liberdade implica a referência a uma lei moral natural, de caráter universal, que preceda e una todos os direitos e os deveres” _ esclareceu o papa.

Em particular, o pontífice falou sobre o direito dos genitores de assegurar o ensino religioso aos próprios filhos, e sobre o valor das escolas católicas.

Bento XVI mencionou também o que definiu como sinais de esperança, recordando, sobretudo, o bom êxito do 49º Congresso Eucarístico Internacional, que se realizou de 15 a 22 de junho passado no Canadá.

O pontífice manifestou satisfação pela disposição tradicional do povo canadense ao acolhimento, encorajando todos a exercitá-la em particular para com as pessoas frágeis.

Bento XVI disse alegrar-se ao ver revitalizados os laços de entendimentos entre a Igreja católica e as comunidades aborígines do Canadá.

A propósito do tradicional compromisso internacional do Canadá, o papa recordou o objetivo de “um mundo mais justo e solidário no qual a pessoa humana seja respeitada em sua vocação fundamental”. (RL)







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