Kinshasa, 30 out (RV) - Sobre a violência no leste da República Democrática
do Congo, interveio também o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz,
Card. Renato Raffaele Martino.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, o cardeal
afirma que o mundo não pode continuar a olhar, sem reagir, a morte de inocentes, vítimas
de atos de violência e de barbárie, nem se desinteressar da situação de milhares de
refugiados que fogem da guerra e estão expostos às intempéries, às doenças e à fome.
O Pontifício Conselho então se dirige às partes em conflito, para que renunciem
à lógica do confronto e das armas e escolham o diálogo e as negociações e que, em
um ímpeto de humanidade, coloquem o bem comum acima dos interesses egoísticos e de
grupo.
O Card. Martino se dirige também à comunidade internacional, para que
intervenha na resolução do conflito, em especial para que os rebeldes respeitem os
acordos de paz assinados. Por fim, o Pontifício Conselho destaca a importância de
uma solução da crise que leve em consideração as preocupações pela paz e a segurança
de todos os países e habitantes da região dos Grandes Lagos, porque não há paz se
a mesma não for global, fundada no diálogo e na reconciliação, condições indispensáveis
para a estabilidade e o desenvolvimento solidário.
Nesta quinta-feira, a Caritas
Internacional renovou seu apelo em prol da paz no leste da República Democrática do
Congo e pelo fim do sofrimento da população. A Caritas pede ainda que possa retomar
seu trabalho de ajuda às vítimas.
O Fr. Pierre Cibambo, da Caritas Internacional
para a África, afirmou a organização está testemunhando uma escalada do desastre humanitário
na região, recordando que na guerra de 1998-2003 milhões de pessoas morreram e um
retorno à guerra seria uma catástrofe.
"Tornou-se difícil para a Caritas fornecer
alimentos e remédios para as pessoas que têm necessidades urgentes. Todos os conflitos
dão a oportunidade para as agências humanitárias continuarem seu trabalho, e isso
é vital para que a segurança seja restabelecida", afirmou.
Também o Programa
Mundial de Alimentos (PAM) da ONU divulgou hoje que foi obrigado a suspender a distribuição
de víveres aos deslocados da cidade de Goma, pois a agência não pode sair da cidade.
(BF)