2008-10-30 17:44:06

PAPA A DELEGAÇÃO JUDAICA: CRISTÃOS E JUDEUS PARTILHAM MESMO TESTEMUNHO DO AMOR DE DEUS


Cidade do Vaticano, 30 out (RV) – Cristãos e judeus devem dar um testemunho comum do amor de Deus, num mundo freqüentemente marcado pela pobreza, pela violência e pela exploração: foi o que afirmou Bento XVI, encontrando-se, na manhã desta quinta-feira, com uma delegação da organização judaica "International Jewish Committee on Interreligious Consultations" (Comitê Judaico Internacional de Consultas Inter-religiosas), guiada pelo Rabino David Rosen.

O papa sublinhou a crescente compreensão entre católicos e judeus, reiterando o "empenho da Igreja em favor da atuação dos princípios enunciados na declaração Nostra Aetate, do Concílio Vaticano II", que "condena firmemente todas as formas de anti-semitismo".

"Os cristãos _ disse Bento XVI _ hoje estão sempre mais conscientes do patrimônio espiritual que compartilham com o povo da Torá, o povo escolhido por Deus, na sua inefável misericórdia, um patrimônio que convida a um maior apreço recíproco, ao respeito e ao amor."

Por outro lado _ precisou o Santo Padre _ "também os judeus são chamados a descobrir o que têm em comum" como todos aqueles que crêem no Senhor, "Deus de Israel", que se revelou através da sua Palavra que, como diz o Salmista, é luz do nosso caminho e nos doa uma nova vida.

"Essa Palavra _ refletiu o pontífice _ nos exorta a dar testemunho da misericórdia, da verdade e do amor de Deus." Trata-se de "um serviço vital do nosso tempo, ameaçado pela perda daqueles valores espirituais e morais que garantem a dignidade humana, a solidariedade, a justiça e a paz".

"No nosso mundo inquieto, tão freqüentemente marcado pela pobreza, pela violência e pela exploração _ acrescentou o Santo Padre _ o diálogo entre as culturas e as religiões deve ser visto, sempre mais, como um dever sagrado que grava sobre todos aqueles que estão empenhados na construção de um mundo digno do homem."

"A capacidade de aceitar-se e de respeitar-se mutuamente, e de dizer a verdade na caridade, é essencial para superar as diferenças, para prevenir as incompreensões e evitar conflitos inúteis" _ disse Bento XVI.

O pontífice recordou os encontros mantidos, nos últimos meses, com comunidades judaicas, em New York, em Paris e no Vaticano, referindo-se a eles como encontros que refletem "os progressos das relações católico-judaicas".

Enfim, encorajou o Comitê Judaico Internacional de Consultas Inter-religiosas a prosseguir no seu "importante trabalho, com paciência e empenho renovado", até mesmo em vista do encontro, no próximo mês, em Budapeste, Hungria, com uma delegação da Comissão vaticana para as Relações Religiosas com o Judaísmo, com o objetivo de discutir sobre o tema "Religiões e sociedade civil hoje".

Por sua vez, na saudação que dirigiu ao pontífice, o Rabino David Rosen, presidente do comitê, agradeceu à Santa Sé por seu empenho contra toda e qualquer forma de anti-semitismo. A seguir, manifestou sua satisfação pelos esclarecimentos relativos à modificação da oração pelos judeus, na liturgia da sexta-feira santa.

O rabino reiterou sua solicitação para que os estudiosos possam ter acesso _ nos arquivos vaticanos _ aos documentos relativos ao período nazi-fascista. E enfim, manifestou sua solidariedade aos cristãos da Índia, Iraque e sudeste asiático, pelas violências que têm sofrido nos últimos meses. (AF)







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