2008-10-25 14:40:31

Pobres cada vez mais pobres: um alerta da ONU e do Conselho pontifício Justiça e Paz


(25/10/2008) A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um apelo em favor dos países mais desfavorecidos e das suas populações, face à recente crise financeira global.
Numa declaração conjunta do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, dos chefes das agências da ONU e de diversas entidades, incluindo o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), é afirmado que se nenhuma acção concertada for tomada, os recentes progressos no combate à pobreza, “duramente conquistados”, podem ser perdidos.
“A crise que estamos a viver hoje terá um impacto em todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, mas as suas mais graves repercussões farão sentir-se mais naqueles que são menos responsáveis – os pobres nos países em desenvolvimento”, pode ler-se.
A ONU considera ser necessário que todos os países sem excepção tomem medidas para garantir que os mais vulneráveis não sejam deixados para trás.
Na declaração conjunta sublinha-se que “é precisa uma acção imediata para proteger pessoas, empregos, casas”, face à gravidade da crise financeira que, ainda assim, não deve desviar a atenção dos líderes e responsáveis políticos de outros desafios, como “a mudança climática e as metas antipobreza conhecidas como Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”.
No próximo dia 15 de Novembro, líderes mundiais irão reunir-se em Washington para uma cimeira que visa responder à actual crise. A ONU espera uma “reforma significativa, abrangente e bem coordenada” do sistema financeiro internacional.
Já esta semana, o Vaticano veio a público pedir que a comunidade internacional respeite os seus compromissos em matéria de ajuda ao desenvolvimento, apesar da actual crise financeira.
O apelo foi lançado Quinta-feira, durante um seminário de estudo convocado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), tendo em vista a Conferência das Nações Unidas em Doha, Qatar, sobre o financiamento ao desenvolvimento, que decorrerá de 29 de Novembro a 2 de Dezembro.
O presidente do CPJP, Cardeal Renato Martino, lembrou que muitas famílias no mundo se limitam a sobreviver e não têm oportunidade de ser protagonistas do próprio desenvolvimento. "Demasiadas pessoas são obrigadas a emigrar, demasiadas pessoas continuam a ser oprimidas pela pobreza absoluta e a viver em países onde a dívida lhes impossibilita o acesso aos serviços básicos. Nesta perspectiva, o financiamento ao desenvolvimento deve compreender todos os aspectos da vida, o indivíduo, a família, a comunidade e o mundo", indicou.








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