ARCEBISPO CATÓLICO DE MOSCOU FALA EM ROMA SOBRE A RÚSSIA
Roma, 24 out (RV) – O arcebispo de Moscou, na Rússia, Dom Paolo Pezzi, fez
uma conferência, na última quarta-feira, na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma,
sobre o tema: “Cristianismo e secularização na Rússia de hoje”.
O prelado
reside na Rússia há 15 anos e foi nomeado pelo Papa, ano passado, como arcebispo da
Mãe de Deus em Moscou.
Em seu pronunciamento, Dom Pezzi destacou “o anúncio
do Evangelho no meio de uma sociedade em conflito, os desafios da globalização e da
secularização e o desafio de um diálogo aberto entre cristãos”.
Falando da
enorme riqueza espiritual e cultural da Rússia, Dom Pezzi referiu-se também “ao sofrimento
que esta nação viveu no curso de sua história, fato que influiu notavelmente na mentalidade
e no comportamento de seus habitantes, tanto coletiva como individualmente”.
Quanto
ao tema da educação, o prelado reconheceu o trabalho que a Igreja Ortodoxa vem realizando:
«Nós o constatamos na Pastoral da Juventude, no campo da cultura teológica e na elaboração
dos fundamentos da doutrina social”.
O arcebispo ressaltou ainda o trabalho
da minoria católica no país: “Trata-se de um trabalho ecumênico para que, através
da conversão comum a Cristo, possamos ser sempre melhor testemunhas no mundo da unidade,
desejada por Cristo, como milagre supremo para que o mundo creia”.
Com relação
a este tema, Dom Pezzi citou as palavras de Bento XVI na encíclica Deus caritas est:
«Não se pode tornar cristão por decisão ética ou por causa de uma grande idéia, mas
pelo encontro com uma Pessoa, com um acontecimento, que abre novos horizontes à vida
e, assim, uma orientação decisiva”.
“Não se pode ocultar que as relações entre
a Igreja Católica e a Igreja mais numerosa, existente hoje no interior da Igreja Ortodoxa
russa, continuam muito complexas”, assinalou o arcebispo católico de Moscou. “No entanto,
isso nos ajuda a compreender melhor a palavra ecumenismo, sob o ponto de vista do
Evangelho e do Magistério da Igreja”.
O prelado ressaltou, por fim, em sua
conferência “que toda experiência e carisma da Igreja podem ser enriquecidos e mais
autênticos, para que brilhem como verdadeiro Corpo místico de Cristo”, apesar de que
sempre haverá no âmbito da Igreja “divisões e pecados”. (MT)