Bagdá, 23 out (RV) - O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, prometeu
ontem punir todos os que forçaram a fuga de milhares de cristãos do norte do país.
Em um comunicado difundido após encontrar-se ontem com representantes das
diversas confissões iraquianas, o chefe de Governo afirmou também que as perseguições
em Mossul ‘fazem parte de um plano político’, e conseqüentemente, pediu aos cristãos
que sejam ‘cautelosos’, e às comunidades iraquianas que suspendam este ‘complô tendencioso’.
Ao mesmo tempo, Maliki ordenou o incremento da participação dos cristãos nos corpos
de segurança dos bairros em que residem.
O Governo iraquiano - escreve - oferecerá
todo o respaldo possível aos cristãos, pois 'seu abandono do país seria uma grande
afronta para o povo iraquiano’. Maliki, na nota, afirma ter recomendado ao ministério
iraquiano da Emigração e Desalojados que prossiga os esforços na ajuda às famílias
cristãs para que retornem às suas casas.
Ontem, a Liga Árabe, através de seu
secretário, Amr Mussa, expressou sua preocupação pelas agressões aos cristãos. Em
um comunicado, Mussa diz esperar que as medidas adotadas pelo Governo iraquiano levem
ao fim dos ataques. “Estes crimes não podem passar no silêncio, pois os cristãos do
Iraque são parte essencial de nosso povo e ofereceram contribuições fundamentais para
a história, a cultura e as relações humanas no país”.
Segundo várias fontes,
desde setembro, cerca de 2 mil famílias cristãs fugiram de Mossul, na sequência da
série de violências que provocaram a morte de pelo menos 12 pessoas.
Conhecidos
no país como ‘os filhos de São Tomás’, por suas raízes antiqüíssimas, os cristãos
iraquianos somam 800 mil pessoas, o equivalente a 3% da população. (CM)