2008-10-21 16:46:34

PRESENÇA DE BARTOLOMEU I NO SÍNODO, NO CONTEXTO DAS RELAÇÕES COM PATRIARCADO DE MOSCOU


Cidade do Vaticano, 21 out (RV) - Na celebração das Vésperas, no último sábado, agradecendo o pronunciamento do patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, o papa disse que sua presença era a expressão da "profunda alegria espiritual e uma experiência viva da nossa comunhão".

Foi a primeira vez que um patriarca ecumênico se dirigiu a uma assembléia de bispos católicos. A importância desse evento foi sublinhada pelo secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Brian Farrell, entrevistado pela Rádio Vaticano.

Dom Brian Farrell:- "Antes de tudo, devo recordar que, para a Ortodoxia, o governo de todos os bispos em comum com o seu chefe é muito importante. Portanto, o patriarca entendeu como um sinal de particular significado eclesial este convite do Santo Padre, para que ele viesse falar no Sínodo dos Bispos. Ele manifestou grande apreço por esse gesto. Foi um momento histórico, porque foi a primeira vez que um patriarca ecumênico se dirigiu aos bispos reunidos em Sínodo, na Igreja Católica."

P. Essa importância aumenta, se se considerar que, na semana passada, Bartolomeu I presidiu a um encontro de todos os chefes das Igrejas Ortodoxas no mundo, entre os quais, o patriarca ortodoxo de Moscou Aleksej II...

Dom Brian Farrell:- "Creio que, tendo chegado a Roma justamente no dia seguinte a esse encontro, é como se o patriarca Bartolomeu I tivesse trazido consigo toda a força daquela comunhão que têm as Igrejas Ortodoxas."

P. Portanto, uma esperança a mais, no que diz respeito ao tão desejado encontro entre Bento XVI e o patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias?

Dom Brian Farrell:- "Tudo indica que sim. Que este encontro aconteça, mais dia menos dia, é o que todos esperamos. Como, quando e onde será, isso deverá ainda ser definido. Todavia, em que pesem as dificuldades, o clima mudou entre nós e o Patriarcado da Igreja Ortodoxa Russa. De uns tempos para cá, o clima melhorou, embora não todas as dificuldades tenham sido superadas. Cada encontro é um passo avante. Só o Senhor sabe quando este encontro _ que seria o símbolo de uma pacificação mais completa _ se realizará."

Essas palavras de Dom Brian Farrell adquirem um significado muito particular, se considerarmos que no final deste mês, o cardeal-arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, fará uma visita a Moscou, quando se encontrará com Aleksej II.

"A visita _ diz uma nota da Arquidiocese de Paris _ dará ao Cardeal Vingt-Trois a oportunidade de prestar homenagem ao martírio da Igreja Ortodoxa russa, durante o regime soviético, e às obras da mesma na sociedade pós-comunista."

O programa da visita prevê uma conferência do Cardeal Vingt-Trois em Moscou, e uma etapa nas ilhas Solovki, lugar do martírio de numerosos sacerdotes e bispos, após a revolução de 1917, além de um encontro com a comunidade católica de Moscou.

Nas semanas passadas, o cardeal-arcebispo de Nápoles, Crescenzio Sepe, acompanhado pelo responsável pelo setor ecumênico da Conferência Episcopal Italiana, Dom Vincenzo Paglia, visitaram a capital russa e mantiveram encontros oficiais com membros do Patriarcado de Moscou. Precedentemente, o mesmo fora feito pelo cardeal-arcebispo de Milão, Dionigi Tettamanzi. (AF/SP)







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