(21/10/2008) A Irmã Emmanuelle, a mulher mais popular e querida na França, faleceu,
na noite de Domingo para Segunda-feira, aos 99 anos, no asilo onde estava hospeda,
em Calliar (Var). Conhecida pela opinião pública como “ícone da solidariedade
e apoio dos pobres e marginalizados”, Irmã Emmanuelle, no civil Madeleine Cinquin,
nasceu em Bruxelas, filha de pai francês e de mãe belga. Completaria 100 anos, em
16 de Novembro. Em 1971, quando tinha 63 anos, Irmã Emmanuelle decidiu compartilhar
a sua vida com os pobres do Cairo, no Egipto, motivo pelo qual era chamada «petite
soeur des chiffonniers»: “Irmãzinha dos mendigos”. Na favela de Ezbet-Nakhl, no
Cairo, ela se dedicou com abnegação para a construção de escolas, asilos e casas de
acolhimento. A associação ASMAE, que recebe seu nome, fundada por ela em 1980, continua
ajudando milhares de crianças pobres no mundo inteiro. A “Irmãzinha do mendigos”
deixou o Egipto em 1993, aos 85 anos, e regressou à França, estabelecendo-se na comunidade
da Congregação de Nossa Senhora do Sion, para a qual havia entrado aos 20 anos, dedicando
seu tempo à oração e à meditação, sem jamais deixar de ajudar os sem-abrigo e os imigrantes
irregulares. Tendo estudado na Universidade Sorbonne de Paris, a Irmã Emmanuelle
foi docente de Filosofia e Letras em Istambul, Tunis, Cairo e Alexandria. Era também
escritora: a sua última obra “Tenho 100 anos e gostaria de dizer-lhes” («J'ai cent
ans et je voudrais vous dire»), foi publicada há dois meses. No passado dia 31
de Janeiro, o Presidente da França, Nicolas Sarkozy, a condecorou com a medalha de
“grande oficial da Legião de Honra”. A religiosa é recordada ainda pelo jornal
do Vaticano, L’Osservatore Romano.