Callian, Var, 21 out (RV) - A Irmã Emmanuelle, a mulher mais popular e querida
na França, faleceu, na noite de domingo para segunda-feira, aos 99 anos, no asilo
onde estava hospeda, em Calliar (Var).
Conhecida pela opinião pública como
“ícone da solidariedade e apoio dos pobres e marginalizados”, Irmã Emmanuelle, no
civil Madeleine Cinquin, nasceu em Bruxelas, filha de pai francês e de mãe belga.
Completaria 100 anos, em 16 de novembro.
Em 1971, quando tinha 63 anos, Irmã
Emmanuelle decidiu compartilhar a sua vida com os pobres do Cairo, no Egito, motivo
pelo qual era chamada petite soeur des chiffonniers : “Irmãzinha dos mendigos”.
Na
favela de Ezbet-Nakhl, no Cairo, ela se dedicou com abnegação para a construção de
escolas, asilos e casas de acolhimento. A associação ASMAE, que recebe seu nome, fundada
por ela em 1980, continua ajudando milhares de crianças pobres no mundo inteiro.
A
“Irmãzinha do mendigos” deixou o Egito em 1993, aos 85 anos, e regressou à França,
estabelecendo-se na comunidade da Congregação de Nossa Senhora do Sion, para a qual
havia entrado aos 20 anos, dedicando seu tempo à oração e à meditação, sem jamais
deixar de ajudar os sem-teto e os imigrantes irregulares.
Tendo estudado na
Universidade Sorbonne de Paris, Irmã Emmanuelle foi docente de Filosofia e Letras
em Istambul, Túnis, Cairo e Alexandria. Era também escritora: sua última obra “Tenho
100 anos, e queria dizer-lhes” (J'ai cent ans et je voudrais vous dire), foi
publicada há dois meses.
No último dia 31 de janeiro, o Presidente da França,
Nicolas Sarkozy, a condecorou com a medalha de “grande oficial da Legião de Honra”.
(MT)