2008-10-21 16:45:51

BENTO XVI: DIPLOMACIA E DIÁLOGO SÃO OS MEIOS PARA ACABAR COM OS CONFLITOS E RESTABELECER A PAZ


Cidade do Vaticano, 21 out (RV) - O recurso à diplomacia como método para acabar com as tensões em situações de conflito é um valor sempre necessário, tanto no presente quanto no passado e, certamente, também no futuro. E são muitos os exemplos ilustrativos, um dos quais aconteceu há exatamente 30 anos, quando uma disputa entre Argentina e Chile pôde contar com um mediador do porte de João Paulo II.

É o que recorda Bento XVI, na mensagem enviada aos participantes das Jornadas sobre os frutos da paz, organizadas pela Universidade Católica Argentina.

Lennox, Nueva e Picton: pela posse dessas três ilhas, situadas na região da Terra do Fogo, a Argentina e o Chile chegaram quase às vias de fato, 30 anos atrás.

Situadas na parte sul do Canal de Beagle, que une o Oceano Atlântico ao Oceano Pacifico, esses três pedaços de terra foram o pivô de uma disputa que assumiu aspectos sempre mais dramáticos, contrapondo os dois países que compartilham cinco mil quilômetros de fronteira.

Todavia, a possibilidade sempre mais iminente de um conflito cedeu lugar ao diálogo e, após as negociações, se chegou à assinatura de acordos de paz. E tudo isso foi possível somente graças à mediação de João Paulo II que, poucos meses depois de ter sido eleito à cátedra de Pedro, se interessou pela causa, enviando à região, como seu representante especial, o Cardeal Antonio Samoré.

O longo confronto diplomático que se seguiu, concluiu-se em 1984, com a assinatura, no Vaticano, do Tratado de Paz e Amizade entre Chile e Argentina.

O que aconteceu trinta anos atrás foi "um exemplo de construção da paz através do caminho sempre atual do diálogo" _ afirma Bento XVI em sua mensagem, recordando o episódio que viu como protagonistas, João Paulo II e seu secretário de Estado, o Cardeal Agostino Casarolli.

"O que foi feito então _ sublinha Bento XVI _ é útil para chamar a atenção da comunidade internacional" para o fato que, no âmbito de uma disputa, o diálogo não prejudica os direitos, mas sim amplia "o campo das possibilidades racionais para a solução de uma divergência".

"Aquela mediação pontifícia" _ acrescenta o papa _ produziu frutos de paz "até os nossos dias", demonstrando a necessidade _ então já defendida pelo Papa Wojtyla _ de "continuar a recorrer à diplomacia e a seus métodos, para garantir a paz, a segurança e o bem-estar", em vista da edificação da "civilização do amor, da qual João Paulo II foi o profeta, ainda que nem sempre escutado" _ afirma o Santo Padre.

O diálogo, portanto _ conclui o pontífice _ tem "como objetivo não a supremacia da força e do interesse, mas sim a afirmação de uma justiça equânime e solidária, fundamento seguro e estável da convivência entre os povos". (AF)








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