OBSERVADOR PERMANENTE DA SANTA SÉ NA ONU PEDE AÇÃO GLOBAL CONTRA A MALÁRIA
Nova York, 16 out (RV) - O observador permanente da Santa Sé na ONU, Arcebispo
Celestino Migliore, fez, nesta quarta-feira, um novo pronunciamento perante a 63ª
sessão da Assembléia Geral da organização, em Nova York, sobre o tema "O compromisso
de reduzir a incidência da malária, especialmente na África".
Dom Migliore
considera o compromisso da Assembléia Geral como mais um passo positivo na justa direção,
pois reconhece que a malária pode ser reduzida substancialmente, com a conscientização
e a educação da cidadania e com o investimento na pesquisa e no tratamento médico.
"A comunidade internacional _ disse o arcebispo _ deve agir em conjunto, para
combater a malária."
Nos últimos 15 anos, registrou-se um forte incremento
da incidência dessa enfermidade, o que poderá duplicar o número de mortos nos próximos
20 anos. A cada ano, de 300 a 500 milhões de pessoas contraem a doença, que mata uma
pessoa a cada trinta segundos.
90% destas mortes ocorrem na África Subsaariana
e a grande maioria das vítimas tem menos de cinco anos. Naquela região, quase três
mil crianças morrem, a cada dia, de malária, sem falar no número de mulheres gestantes.
"A malária continua sendo a maior ameaça à segurança humana" _ disse o observador
permanente da Santa Sé à Assembléia Geral da ONU, acrescentando que os custos da prevenção
e do tratamento fazem com que as pessoas pobres sejam mais suscetíveis a essa perigosa
doença.
Em seguida, o arcebispo enalteceu o engajamento de milhares de indivíduos
que trabalham nos postos de saúde, em muitas regiões maláricas, assistindo os doentes.
"Quase sempre anônimos, esses indivíduos desempenham uma ação heróica ao cuidar dos
necessitados."
A redução da transmissão da malária pode ocorrer somente com
a prevenção das picadas dos mosquitos transmissores e o controle de sua população.
O diagnóstico e os medicamentos devem ser confiáveis e gratuitos; e a hospitalização
e o tratamento acessíveis a todos os que sofrem. Além disso, se devem destinar recursos
à pesquisa de novas vacinas, que sejam seguras e de preço acessível.
"A delegação
da Santa Sé na ONU pede _ disse Dom Celestino Migliore _ maior atenção na assistência
às pessoas atingidas e, de modo particular, na ajuda às famílias dos doentes. Muitas
organizações católicas estão envolvidas neste campo, em campanhas de amplo alcance,
e treinando comunidades a educar os pais dos pequenos contagiados."
Além da
malária, outras doenças infecciosas como o vírus HIV, responsável pela AIDS, e a tuberculose
não devem ser subestimadas. Assim sendo, a comunidade global deve continuar engajada
na luta contra todas as doenças que ameaçam a vida e a segurança humanas. (CM/AF)