2008-10-14 13:38:39

APRESENTADA NO VATICANO A PESQUISA INTERNACIONAL SOBRE A LEITURA DA BÍBLIA


Cidade do Vaticano, 14 out (RV) - Em numerosos países, uma ampla maioria de pessoas declara ter experimentado, pelo menos uma vez na vida, a proximidade e a proteção de Deus. Muitas declaram rezar com freqüência, mas afirmam que a oferta religiosa não satisfaz a demanda potencial já existente.

Essas são algumas das observações reveladas pela "Pesquisa internacional sobre a leitura da Bíblia, na perspectiva ecumênica", apresentada esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé. A apresentação esteve a cargo do presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, do presidente da Federação Bíblica Católica, Dom Vincenzo Paglia, e do secretário-geral das Sociedades Bíblicas, Rev. Archibald Miller Milloy.

Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação para a tradução e a difusão da Bíblia, entre a Federação Bíblica Católica e as Sociedades Bíblicas.

A pesquisa foi realizada de novembro de 2007 a julho de 2008, pela Federação Bíblica Católica, em doze países, entre os quais Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, Itália, Argentina e Filipinas. A pesquisa tomou como universo de amostragem a população adulta, além de um segundo subgrupo de pessoas que declararam participar da santa missa pelo menos duas ou três vezes por mês.

Da pesquisa resulta que uma ampla maioria dispõe, na própria casa, de um exemplar da Bíblia. Todavia, os dados sobre a efetiva leitura das Sagradas Escrituras não são confortadores: os níveis mais baixos se encontram na França e na Espanha (20% dos entrevistados declarou ter lido um trecho da Bíblia nos últimos doze meses, enquanto os EUA apresentam um índice de 75%).

A pesquisa evidencia que ainda há muito a se fazer, pois a maioria dos cristãos conhece a Bíblia apenas através da leitura litúrgica; somente poucos lêem o texto sagrado e meditam sobre ele.

Além dos dados sobre a leitura em si, a pesquisa evidencia também o nível de compreensão do texto sagrado. Sublinha-se um inadequado conhecimento da Bíblia, sobretudo, na Espanha e na Rússia. Os entrevistados demonstram uma difusa sensação de dificuldade diante de um texto que consideram difícil e, com exceção das Filipinas, prevalece uma abordagem não literal das Sagradas Escrituras.

Na Europa, ao contrário dos Estados Unidos e Filipinas, as homilias não são muito apreciadas. Nos EUA, Alemanha e Itália, a televisão é o meio de comunicação religiosa preferido.

Comentando os dados da pesquisa, Dom Vincenzo Paglia sublinhou que a Bíblia é o "lugar" de encontro de todos os cristãos, e que a assembléia sinodal em andamento, sobre "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja" é uma excelente ocasião para marcar o acordo firmado entre a Federação Bíblica Católica e as Sociedades Bíblicas.

"Tomamos consciência da urgência de uma apresentação mais ampla das Sagradas Escrituras. Nós cremos que seja um direito, um direito de cada povo, de ter a Bíblia traduzida na própria língua. E nós, cristãos, temos o dever de ajudar, de fazer chegar a Bíblia, que é a Palavra de Deus aos homens, a cada um, na própria língua" _ disse o bispo.

A Bíblia, até hoje, se encontra traduzida em 2.454 línguas. Mas a obra de tradução e difusão da Bíblia requer novos esforços. Existem pelo menos 4.500 línguas para as quais as Sagradas Escrituras ainda não foram traduzidas. (AF)








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