GOVERNO IRAQUIANO REFORÇA SEGURANÇA AOS CRISTÃOS EM MOSSUL
Bagdá, 13 out (RV) - O governo iraquiano enviou ontem 900 policiais a Mossul
e ordenou a detenção dos responsáveis pelas violências anticristãs.
"Os cristãos
têm o direito de viver em segurança e com dignidade; são uma componente do povo iraquiano"
– diz o comunicado emitido ontem pelo chefe do executivo de Bagdá, Nouri al-Maliki,
decidido a reforçar a segurança nos quatro bairros cristãos e nas igrejas de Mossul.
Desde sexta-feira, a cidade do norte do país registrou a fuga de 1120 famílias.
O
primeiro-ministro ordenou que os policiais tomem as medidas necessárias para o regresso
das famílias deslocadas. Durante a noite, foram erguidas barreiras na entrada dos
bairros, e a polícia controlou todos os carros.
O bispo auxiliar de Bagdá,
Dom Shlemon Warduni, saudou com satisfação a decisão do governo, tomada depois de
receber os líderes cristãos.
O prelado relatou que foi recebido ontem pelo
vice-presidente al-Hashemi, que garantiu todo o seu apoio para deter os ataques contra
os cristãos e acabar com as tensões.
"Ele nos reiterou que as minorias, como
os cristãos, são cidadãos iraquianos para todos os efeitos, com os mesmos direitos
e deveres. O vice-presidente nos garantiu ainda que será dada ajuda às famílias cristãs
que foram obrigadas a deixar Mossul nesses dias", acrescentou Dom Warduni.
Apesar
da dramaticidade do momento, afirmou, "em Mossul assistimos a comoventes histórias
de solidariedade, com famílias muçulmanas que ajudam seus vizinhos cristãos, que,
por medo, vivem confinadas em casa".
Situada a 370 km ao norte de Bagdá, Mossul
é a uma das mais perigosas cidades do Iraque. Em fevereiro, o então arcebispo caldeu
da cidade, Dom Faraj Rahho, foi seqüestrado e encontrado morto semanas depois. (CM/BF)